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Emoção e conhecimento marcam aula magna de Cecília Prada na FECAP

Na última terça-feira, 16 de maio, emoção, conhecimento e muitas histórias marcaram a aula de...
Graduação | 22/05/2023
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Na última terça-feira, 16 de maio, emoção, conhecimento e muitas histórias marcaram a aula de Cecília Prada no Teatro da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP). A ex-diplomata, escritora e jornalista falou a uma plateia de estudantes de Relações Internacionais e do Centro Acadêmico de Relações Internacionais (CARI FECAP), que leva seu nome.  

No ano anterior, o CARI FECAP realizou uma votação aberta para a escolha de seu novo nome e com 47 votos, o nome Cecilia Prada agora é também o nome da organização estudantil. A gestão do CARI Cecília Prada, diz que o grupo reconhece e admira a luta de Cecília contra o machismo na diplomacia brasileira e contra todas as injustiças baseadas em gênero, e acredita que, como estudantes, devem lutar contra elas, e pela democracia.  

“É uma grande HONRA dividirmos este nome. O CARI sempre foi um trabalho coletivo, de alunos para alunos, e segue sendo, agora mais forte do que nunca! Cecilia Prada não é apenas uma nova roupa, mas a concretização de um sentimento etéreo que pairou por muito tempo e agora repousa: pertencemos! Nós reconhecemos para além das grades da instituição e sabemos que nosso corpo coletivo pode ir, e vai, muito além! Este nome carrega o símbolo de uma luta incansável por igualitarismo, democracia e respeito, e é justamente por estes ideais que pretendemos continuar caminhando”, diz Nicolle Mariano, ex-presidente do CARI Cecília Prada.  

Já para a coordenadora do curso de Relações Internacionais da FECAP, Marília Pimenta, “o trabalho de Cecília Prada inspira muitos e muitas de nós a alcançarmos nossos objetivos e metas e motivou, particularmente, alunas e alunos de nosso curso, de modo que deram ao Centro Acadêmico, o seu nome”, reforça.

QUEM É CECÍLIA PRADA

Cecilia Maria do Amaral Prada assina Cecília Prada (ficcionista, ex-diplomata de carreira, historiadora, dramaturga, tradutora e jornalista profissional) nasceu em Bragança Paulista (SP), no dia 23 de novembro de 1929. Dentre suas diversas formações estão Letras Neo-Latinas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Jornalismo pela Fundação Cásper Líbero, ambas em 1951; o curso preparatório à carreira diplomática pelo Instituto Rio Branco, Ministério das Relações Exteriores (MRE/RJ). Fez o curso de Dramaturgia, Direção e Crítica pela The New School for Social Research em parceria com o The Gene Frankel Theater Workshop, em Nova York (EUA), e, por último, mestrado em Literatura Hispano-Americana pela Universidade de São Paulo (USP) em 1983. Fluente em seis línguas, já traduziu mais de 35 livros em inglês, espanhol, francês, italiano e até latim.

Filha de um professor e de uma dona de casa que só tinha cursado o ensino primário, Prada é uma das primeiras jornalistas formadas no Brasil, no começo da década de 1950. Estudou por conta própria para o concurso do Itamaraty, enquanto trabalhava como jornalista e professora da rede pública, já que era a responsável pelo sustento da mãe após a morte do pai. Foi diretora da União Brasileira dos Escritores e exerceu a carreira diplomática no cargo de Cônsul, grau terceiro secretário, até novembro de 1958.

Em 1958, foi obrigada pelo Ministério de Relações Exteriores a pedir demissão como ao casar-se com um colega diplomata, o ex-secretário de Cultura Sérgio Paulo Rouanet, seguindo as regras do Ministério na época. Desde o divórcio, na década de 1970, tenta voltar para o serviço diplomático, pelo qual poderia estar aposentada hoje. Desde então, teve várias negativas em diferentes instâncias, desde os militares da ditadura até a Justiça civil.

No Jornalismo, começou a carreira ainda com 18 anos, assinando artigos literários e fazendo reportagens para A Gazeta (SP). Em 1956 deixou a profissão de professora de português para seguir a carreira diplomática. Após um longo período a serviço do Itamaraty, em 1972 trabalhou em pesquisas para o jornal O Globo (RJ). Em seguida, atuou como editora de cultura em O Estado de S.Paulo (SP). Ficou lá por um ano.

Em 1976, foi para a revista Visão (SP) como repórter e subeditora de Cultura da publicação. No ano seguinte passou a crítica de Teatro na revista IstoÉ (SP), quando também era membro da Associação Paulista de Críticos de Arte (Apca). Ficou por dois anos na TV Cultura (SP), a convite do professor Antônio Soares Amora, para redigir toda a parte literária do Telecurso de Segundo Grau.

Em 1984 assumiu, no Instituto Universitário Bérgamo (Itália), o cargo de leitora de Literatura e Cultura Brasileira, por ação do Ministério das Relações Exteriores, que na época fazia a divulgação dos grandes escritores brasileiros. Após o retorno ao Brasil, entrou como editora do noticiário internacional da TV Gazeta (SP).

No Jornalismo, foi Prêmio Esso de Reportagem 1980, com a matéria de denúncia Clínica de Repouso Congonhas, publicada pela Folha de S.Paulo, em 1979. Foi a única mulher a ter recebido, sozinha e em âmbito nacional, este prêmio, desde a sua criação, em 1959. Manteve-se nessa posição até o ano de 2001. Até 2012, apenas duas mulheres foram premiadas nessa categoria.

Recebeu diversos prêmios literários: Prêmio Revelação de Autor, em 1978; Menção Honrosa do Prêmio José do Rego de Ficção 1965; Menção Honrosa do Prêmio Governador do Estado de São Paulo 1962; e o Prêmio do 1º Concurso de Contos de A Gazeta, em 1949.

Publicou diversos livros, entre eles: Ponto morto (Edigraf, 1955); O Caos na sala de jantar (Moderna, 1978); A pena e o espartilho (Atalanta, 2007); O país dos homens de gelo (Atlanta, 2007); Estudos de Interiores para uma Arquitetura da solidão (DBA, 2004); Faróis estrábicos na noite (Bertrand, 2009) e Entre o itinerário e o desejo (Socortecci, 2012) e o livro Profissionais da solidão – de estudos literários (Senac 2013).

No período de 1995 a 2012, cerca de 150 artigos assinados por Cecília foram publicados em revistas dos Estados Unidos, Portugal e países escandinavos. Um dos artigos, Primórdios da imprensa no Brasil, foi pauta para entrevista concedida à rede ABC News de Sidney (Austrália), em 2005.

Desde 1997, colabora regularmente com matérias assinadas sobre assuntos culturais, principalmente Literatura Brasileira e História para a revista Problemas Brasileiros, da Federação do Comércio (Fcesp- Sesc/SP).

Em 2020, é publicado o livro ‘Nós, que nem ao menos somos deuses’, uma antologia com 35 de seus melhores contos, publicação patrocinada pela Academia Campinense de Letras, à qual pertence, em homenagem aos 90 anos de vida e seus 70 anos de dupla atividade cultural, jornalismo e literatura. É também dramaturga, tradutora e autora de 9 livros de jornalismo e crítica literária. Em fevereiro do mesmo ano foi indicada por duas academias de letras como candidata ao Prêmio Nobel de Literatura.

É Membro da Academia Campinense de Letras (ACL) e vive atualmente em Campinas (SP), dedicada à literatura, ao jornalismo e a traduções.

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