Por diversas décadas, acreditamos que as pessoas que percebiam o mundo como um mapa plano não eram esclarecidas e/ou educadas. No entanto, o livro do ganhador de Prêmio Nobel, Milton Friedman, intitulado “The world is flat” (O mundo é plano, 2005) esclareceu que se o mundo não é exatamente plano; é, porém, profundamente interconectado. Friedman observa como o avanço de tecnologia e a queda das barreiras de comércio contribuíram para a integração dos mercados e nações capacit
ando indivíduos e companhias ao redor do mundo a se interligarem de maneira rápida e mais econômica, como nunca ocorreu na história da humanidade dos últimos 60 anos. Temos presenciado a evidência de interconectividade de nossas vidas no dia-a-dia, seja através da alimentação, utilização de produtos internacionalmente disponíveis e contatos com pessoas da “Global Village”, através da Internet.
Vale ressaltar que a economia liberal da China iniciada na década de 1980, o desenvolvimento econômico da Coréia do Sul em 1987, a dissolução da União Soviética em 1991 e o desenvolvimento de tratados de livre comércio no início da década de 1990 introduziram 3 bilhões de pessoas aos mercados da economia global. No final da década de 1990, a preparação do mundo para o “Bug” do Milênio desencadeou mudanças de paradigmas de consumo global, assim como todo este processo foi acelerado pela adesão da China (em 2001) à Organização Internacional do Trabalho (World Trade Organization) e pela implantação de economia liberal da Índia em 2003.
Os resultados têm sido colossais e o alcance da globalização tem sido imensurável nos segmentos políticos, econômicos, comerciais, educacionais e sociais. Apesar dos padrões econômico-sociais serem ainda extremamente desiguais ao redor do mundo (onde o processo de globalização às vezes representa uma soma de zeros) mais de 400 milhões de pessoas ultrapassaram a linha de pobreza desde a década de 1980, movimento de ascensão jamais registrado na história da humanidade. O crescimento da urbanização e da classe média tem criado gigantescos mercados de produtos e serviços de todos os tipos. Por outro lado, a integração global das economias e suas teias de informação, e a globalização de mercados de capitais, comércios, cadeias de suprimentos, serviços e plataformas tecnológicas transformaram a conexão (entre as empresas e indivíduos) ainda mais intensa.
Na maior economia do planeta, a competição tornou-se ainda mais acirrada devido à drástica redução de trabalhadores menos qualificados, ao aumento dos sistemas de automação e também à “Morte das Distâncias” causada pela disseminação da tecnologia, colocando os trabalhadores do mundo todo diretamente no âmbito competitivo internacional. Além disso, o rápido crescimento de mercados emergentes também significou a necessidade de preparar os estudantes para desempenharem novas funções e habilidades, de forma a serem competitivos no mercado global. Estes mercados buscam trabalhadores fluentes em diversas línguas estrangeiras e que sejam conhecedores de culturas diversas e seus valores sociais, comerciais e éticos. As questões mais urgentes dos novos tempos desconhecem as fronteiras das nações e os desafios mais contundentes incluem a degradação ambiental, aquecimento global, terrorismo, proliferação de armas, pandemias e escassez de água e recursos naturais.
Como a linha entre o meio ambiente doméstico e o internacional continua turva, detecta-se a necessidade de melhor conhecimento de culturas emergentes.
Sendo os Estados Unidos a maior potência mundial do Século XX no campo econômico e militar desde o Império Romano (Zakaria, 2008, p. 217), detecta-se a necessidade de melhor conhecimento de culturas emergentes e análise das transformações políticas, econômicas, tecnológicas, culturais e sociais ao redor do mundo. Desta forma, a Educação tornou-se o elemento fundamental de interconectividade de culturas, línguas, padronização de tecnologias e compreensão de tradições, valores e atitudes das mais diversas culturas.
Vale ressaltar que os principais desafios das entidades de ensino superior incluem o processo de internacionalização dos programas, interdisciplinaridade dos currículos, acesso de alunos às entidades de ensino, promoção da igualdade de gêneros e reunião de esforços internacionais para o desenvolvimento de pesquisas de questões complexas de interesse das nações.
Ciente destas transformações de caráter global, a FECAP está de acordo com as expectativas educacionais através da existência do “International Office”, departamento que estimula o intercâmbio cultural e educacional entre os alunos da FECAP e da comunidade acadêmica com diversas nações.