Transição de carreira requer planejamento e preparação do profissional

A transição de carreira é uma realidade cada vez mais comum, abrangendo profissionais de diferentes idades e setores. Segundo a pesquisa Transição de Carreiras na Maturidade, realizada pela Maturi e NOZ Inteligência, 68% das pessoas entre 43 e 82 anos estão atualmente buscando ou realizando uma mudança em sua trajetória profissional. Desses, 25% estão em busca ativa de uma nova carreira, 17% já concretizaram ou estão no meio do processo, e 26% consideram a mudança, mas ainda não deram o primeiro passo.

Segundo o professor dos cursos de Graduação e Pós-graduação da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Marcos Minoru Nakatsugawa, esse cenário reflete uma tendência crescente, impulsionada pelas transformações do mercado e a busca por alinhamento entre propósito de vida e profissão. E embora o mercado ofereça oportunidades, o sucesso na transição depende de uma preparação adequada.

“Quem se restringe, seja por não dominar outros idiomas ou por impor limites geográficos e culturais, enfrenta mais dificuldades para gerir sua carreira de forma eficaz. O mercado atual favorece aqueles que estão abertos ao mercado global e que se antecipam às constantes mudanças do mundo do trabalho”, afirma o professor.

Minoru enfatiza que a responsabilidade pela transição bem-sucedida está nas mãos do próprio profissional. Ele explica que o desenvolvimento contínuo de competências, a construção de uma rede de relacionamentos profissionais sólida e a definição clara do propósito de vida são fatores determinantes para o sucesso. “Ter o domínio sobre suas competências, trabalhar o networking e ter claro o seu propósito de vida são os pilares da gestão de carreira moderna.”

Quem quer mudar de carreira?

O perfil de quem busca mudar de carreira, segundo o professor, é diversificado. “Há pessoas de todos os tipos. O que geralmente motiva essa mudança é algum incômodo no ambiente profissional. Muitas vezes, é uma questão de propósito não satisfeito e, neste ponto, um consultor de carreira pode ajudar o profissional a descobrir e alinhar esse propósito com sua trajetória.”

Embora a transição de carreira possa trazer inúmeros benefícios, como maior clareza sobre os objetivos e estratégias de vida, ela também apresenta desafios. A falta de um planejamento adequado pode gerar frustração, tanto para o profissional quanto para a empresa. Minoru destaca que muitas organizações ainda não levam a sério processos de conversas transparentes sobre carreira, o que poderia alinhar melhor os objetivos dos colaboradores com os da empresa e vice-versa.

O especialista: Marcos Minoru Nakatsugawa é professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) em áreas como Administração de Recursos Humanos, Comunicação e Psicologia Organizacional. Lidera a FECAP Corporate, área que realiza projetos de educação corporativa para empresas. Com formação em Administração e Psicologia, ambas pela USP, é especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho pelo CFP e em Organização e Recursos Humanos pela EAESP/FGV. Mestre em Administração com ênfase em Finanças e Governança Corporativa pela FECAP. Com mais de 30 anos de experiência como executivo e consultor em grandes empresas, é atualmente consultor independente nas áreas de carreiras e gestão de pessoas.