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O Colégio e o Centro Universitário, mantidos pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - FECAP, são certificados como Entidades Beneficentes de Assistência Social na área da educação.

Este boletim reúne um conjunto de dados disponíveis para o Estado de São Paulo e sua capital, além das principais notícias, com o intuito de ajudar na compreensão da situação econômica da região, bem como na formação de expectativas por parte dos empresários e consumidores.
Os dados de julho mostram uma trajetória que já persiste há alguns meses: uma queda na produção acumulada no ano do setor de comércio e da indústria, em contraste com uma alta do setor de serviços.
Já os dados de agosto demonstram um crescimento persistente no emprego formal, e neste mês também comum aumento no salário médio. Na variação acumulada dos últimos 12 meses, o custo de vida, medido pelo IPCA, continua crescendo mais do que a média observada para o País. Já a inflação medida pelo INPC apresentou um aumento no custo de vida maior para as famílias que possuem, em média, uma renda menor. Tiveram aumento o número de famílias endividadas, com contas em atraso e que não terão condições de pagar suas dívidas. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o interesse na expansão do comércio e a intenção de consumo das famílias diminuíram. E na mesma base de comparação, o nível de confiança dos consumidores tem diminuído desde agosto de 2024, enquanto o nível de confiança dos empresários do comércio vem diminuindo desde fevereiro de 2025.
E, por fim, os dados de setembro mostram que o nível de confiança dos empresários da indústria tem diminuído desde dezembro de 2024, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior.
O mês de agosto foi marcado pela reação do governo brasileiro ao “tarifaço” dos EUA e às tentativas frustradas de negociação. Porém, no final de setembro, na Assembleia Geral da ONU, o presidente Donald Trump sinalizou algum interesse em conversar com o presidente Lula.
Vale destacar também no mês agosto a megaoperação policial que desarticulou um esquema de corrupção do crime organizado, a projeção do Tesouro de um aumento maior na dívida pública brutaa médio e longo prazo e a saídado Brasil do “Mapa da Fome”.
Notícias de Agosto – Referência para os Dados
No dia 1º de agosto, mais uma vez, o governo dos EUA adiou a aplicação das tarifas adicionais de 40% para o dia 6 de agosto, que, somadas às tarifas recíprocas de 10% aplicadas desde abril, totalizam os 50% do “tarifaço”. Além disso, foi anunciada para o Brasil uma lista de exceções às novas taxas, como suco de laranja, aviões, petróleo, entre outros itens, que representam em torno de 45% da pauta das exportações brasileiras para os EUA.
Com a entrada em vigor das novas tarifas e sem abertura para negociações, o Governo Federal anunciou medidas para proteger as exportações brasileiras contra o “tarifaço” dos EUA. O “Plano Brasil Soberano” prevê acesso a crédito subsidiado, redução de tributos, compras públicas, entre outras ações.
Dentre os setores beneficiados com o crédito subsidiado, estão a pesca e a aquicultura. E dentre as compras públicas, as frutas e as oleaginosas, que serão enviadas para as forças armadas e as escolas. Ademais, outros programas foram reformulados para ajudar as empresas afetadas com o “tarifaço”, como, por exemplo, o Fundo Garantidor às Exportações (FGE), o Reintegra e o Drawback. Vale destacar também que o programa prevê que as empresas de menor porte terão acesso e condições mais favoráveis, bem como aquelas em que as exportações para os EUA sejam iguais ou superiores a 20% do faturamento.
Além dessas medidas, o governo brasileiro comunicou oficialmente os Estados Unidos sobre a abertura do processo para aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica. Com a abertura do processo, iniciam-se as investigações para avaliar quais contramedidas levariam a um impacto econômico proporcional ao gerado pelo governo americano. Entre as alternativas, incluem tarifas extras, restrições às importações, suspensão de concessões comerciais e de investimentos e medidas relacionadas aos direitos de propriedade intelectual.
Uma comitiva do Brasil, liderada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, se encontrou com empresários, parlamentares e representantes do governo mexicano, além da presidenta do País, Claudia Sheinbaum. O objetivo foi criar uma agenda de cooperação para propor uma ampliação dos acordos de comércio e de investimentos entre os dois países. Dentre os setores envolvidos, estão os de biocombustíveis, farmacêutico e da agropecuária.
O mês também foi marcado pela megaoperação policial que desarticulou um esquema de corrupção do crime organizado. Destacaram-se os mandados de apreensão cumpridos na Faria Lima, principal centro financeiro do Brasil. Isso ocorreu porque fintechs – empresas de serviços financeiros que operam de forma mais simplificada do que os bancos tradicionais, isto é, com movimentação de dinheiro sem rastreamento rígido – e fundos de investimentos foram usados no esquema para lavagem de dinheiro. Uma das consequências da megaoperação é que as fintechs passaram a ter as mesmas regras dos bancos tradicionais, o que facilita o monitoramento e a fiscalização dessas instituições pela Receita Federal e, desta forma, melhora o combate à lavagem de dinheiro.
O Tesouro Nacional divulgou neste mês um relatório que projeta que a dívida pública bruta do governo federal alcançará 84,3% do PIB em 2028. Para comparação, o mesmo relatório de 2023 projetava uma dívida de 75,3% em 2028. Logo, as estimativas mostram uma piora a médio e longo prazo.
O principal problema levantado é que as atuais regras da política fiscal são insustentáveis para conter o agravamento da situação. Vale destacar que as agências de rating, investidores e atores econômicos relevantes, nacionais e estrangeiros, observam esse indicador para avaliar a capacidade de solvência da dívida, isto é, a capacidade de cumprimento das obrigações financeiras de longo prazo da nação.
Também em agosto, em razão do baixo nível das chuvas, a bandeira vermelha patamar 2 entrou em vigor, o que levou novamente a um aumento na conta de energia.
Por outro lado, a Petrobras reduziu, em média, 14% os preços do gás natural para as distribuidoras. No entanto, o preço final para o consumidor será diferente, pois dependerá também do custo do transporte, do portfólio de suprimento, dos tributos federais e estaduais e das margens de cada distribuidora.
Em agosto ocorreu o Startup Summit 2025, evento que realiza encontros de inovação e empreendedorismo, que promoveu nessa edição mais de mil reuniões de negócios entre investidores e startups, inclusive com representantes do poder público. O evento teve a participação de mais de 20 delegações internacionais, e a intenção de investimentos alcançou R$ 353,7 milhões.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) anunciou que o Brasil está fora do “Mapa da Fome”. De acordo com os dados de 2022 a 2024, o país ficou abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente. O Brasil já tinha saído do “Mapa da Fome” em 2014. Mas, devido à crise econômica iniciada em 2015 e à pandemia da covid-19, voltou no relatório anual da Instituição em 2021. No entanto, ainda há cerca de 7 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar severa. Além de 28,5 milhões que estão na situação de insegurança alimentar moderada ou grave.
O governo do Estado de São Paulo, com o objetivo de diminuir os efeitos negativos do “tarifaço” dos EUA, criou uma linha de crédito subsidiada de R$ 200 milhões para empresas que exportam para aquele país. A nova linha de crédito, chamada “Linha Giro Exportador”, oferece condições facilitadas e taxas reduzidas.
Na cidade de São Paulo, ocorreu a 15ª edição da ABCasa Fair 2025, que reuniu aproximadamente 400 expositores das mais recentes tendências em decoração, utilidades domésticas, presentes, papelaria criativa, festas, flores permanentes e têxtil (home & décor). A expectativa é gerar mais de R$ 2 bilhões em negócios.
E, por fim, a Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) e entidades do setor produtivo lançaram o selo Made in SP com o objetivo de valorizar os produtos e serviços concebidos no Estado. As empresas paulistas podem usar esse selo para reforçar a origem e a excelência de seus produtos e serviços e, assim, incentivar o consumo local, fortalecer a gastronomia e o turismo, além de aumentar a competitividade nacional e internacional.
Atividade Econômica
O volume de vendas do setor varejista no Estado de São Paulo voltou a apresentar uma variação mensal positiva depois de três quedas consecutivas. No entanto, o Estado continua apresentando uma variação acumulada no ano negativa. Vale destacar que, para a média do País, a variação acumulada foi negativa pela primeira vez neste ano.
Em julho de 2025, o volume de vendas no comércio varejista ampliado no Estado de São Paulo, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma alta de 0,7% em relação ao mês anterior. Dentre as 27 unidades da Federação (26 Estados e o Distrito Federal), o resultado positivo foi observado em 22 unidades. No acumulado de janeiro a julho, o volume de vendas do comércio varejista ampliado paulista caiu 2,9%, uma queda muito maior do que a observada para o País (-0,2%). Dentro das subcategorias analisadas pelo IBGE, 7 apresentaram crescimento, enquanto 5 recuaram. E dentre os resultados negativos, novamente os destaques são o setor de móveis (-22,5%) e o de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-18,8%).
Depois de uma pequena queda no mês passado, o setor de serviços no Estado de São Paulo apresentou em julho a maior variação mensal positiva no ano. A variação acumulada no ano continua com um bom resultado positivo, e maior do que a registrada no Brasil. Já as atividades turísticas continuam com uma variação acumulada no ano positiva e quase igual à observada para o País.
Em julho de 2025, o volume de serviços no Estado de São Paulo, medido pelo IBGE, registrou uma alta de 1,7% em relação ao mês anterior. Dentre as 27 unidades da Federação (26 Estados e o Distrito Federal), o resultado positivo foi observado em 13 unidades. No acumulado de janeiro a julho, o volume de serviços prestados subiu 4,3%. A média do País foi de +2,6%. Já as atividades turísticas no Estado cresceram 6,0% nesse período.
E, por fim, depois de três quedas consecutivas, a produção industrial no Estado de São Paulo apresentou uma variação mensal positiva. Todavia, a variação acumulada no ano apresenta um resultado negativo desde abril deste ano, diferente do resultado positivo registrado para o País desde outubro de 2023.
Em julho de 2025, a produção industrial no Estado de São Paulo, medida pelo IBGE, registrou uma alta de 0,9% em relação ao mês anterior. Dentre os 14 estados pesquisados e com dados disponíveis, o resultado positivo foi observado em 8 estados. No acumulado de janeiro a julho, a produção industrial caiu 1,9%. Já a produção industrial nacional registrou uma alta de 1,1% na mesma base de comparação. O resultado das indústrias extrativas no Estado foi de -14,8%, enquanto para a indústria de transformação foi de -1,6%. E, dentre as indústrias de transformação, a maior variação negativa ocorreu no setor de fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos -25,2%, enquanto a maior variação positiva ocorreu no setor de fabricação de produtos têxteis (+16,0%).
Os dados sobre a produção do comércio, de serviços e da indústria, apresentados pelo IBGE, são de julho de 2025. Logo, ainda não refletem os acontecimentos apresentados no início deste Boletim.
Emprego
O aumento do emprego formal no Estado de São Paulo foi quase igual ao observado para o País. O salário médio de admissão também aumentou, e foi um pouco a mais do que a média nacional.
Com base no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em agosto de 2025, o emprego formal no Estado de São Paulo apresentou saldo positivo de 45.450 postos de trabalho, o que representou um aumento de 0,31% no estoque em relação ao mês anterior. Os maiores aumentos ocorreram na Paraíba (+1,61%), no Rio Grande do Norte (+0,98%) e em Pernambuco (+0,82%), ao passo que ocorreram diminuições nos postos de trabalho apenas em Roraima (-0,31%) e no Rio Grande do Sul (-0,06%).
Além disso, o salário médio de admissão aumentou 0,60% e atingiu o valor de R$ 2.612,69.
Na geração de emprego por setor, os destaques ocorreram na fabricação de outros produtos alimentícios (+1.307 postos de trabalho), nas obras de infraestrutura (+2.498), nos hipermercados e supermercados (+1.786), na educação infantil e ensino fundamental (+3.276), nos serviços de catering, bufê e outros serviços de comida preparada (+2.767) e no transporte rodoviário de cargas (+3.277).
E, por fim, novamente, o saldo positivo de postos de trabalho foi muito maior para as mulheres, para as pessoas com o ensino médio completo e com idade de 18 a 24 anos.
Inflação
O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), medido pelo IPCA, apresentou a menor variação mensal positiva no ano. Entretanto, a variação acumulada dos últimos 12 meses continua acima do teto da meta de inflação de 4,5% ao ano estabelecido pelo Banco Central para o País, e acima da média observada para o Brasil.
Segundo o IBGE, em agosto de 2025, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que reflete a variação no custo de vida das famílias com rendimentos de 1 a 40 salários–mínimos, subiu 0,10% em relação ao mês anterior. Para o País, o variação no custo de vida foi de -0,11%. Na divisão por item, dentre os maiores aumentos, estão o transporte por aplicativo (+7,26%), a hospedagem (+4,28%), o chocolate em barra e bombom (+3,63%) e os jogos de azar (+3,60%). Por outro lado, dentre as maiores reduções, estão o cinema, teatro e concertos (-6,26%), a energia elétrica residencial (-3,64%), o azeite de oliva (-2,58%) e o arroz (-1,58%).
Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou aumento de 5,61%. Para não repetir os mesmos produtos informados na análise do mês anterior, podemos destacar neste mês as carnes (+24,40%), o ovo de galinha (+8,12%), o ensino fundamental (+7,67%), os eletrodomésticos e equipamentos (-3,11%), o alimento para animais (-3,85%) e o azeite de oliva (-12,49%). Para a média do Brasil, o IPCA acumulou aumento de 5,13%.
Já a inflação medida pelo INPC apresentou uma variação mensal negativa. Porém, na variação acumulada dos últimos 12 meses, ela foi, pelo segundo mês consecutivo, maior do que a registrada pelo IPCA. Logo, o custo de vida na RMSP aumentou mais para as famílias que possuem, em média, uma renda menor.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da RMSP, que reflete a variação no custo de vida das famílias com rendimentos de 1 a 5 salários-mínimos, diminuiu 0,09% no mês. Para o País, o variação no custo de vida foi de -0,21%. Na divisão mais detalhada por item, o destaque foi a energia elétrica residencial (-4,36%). Os demais produtos em destaque são os mesmos do IPCA, exceto o azeite de oliva. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou aumento de 5,72%. Para a média do Brasil, o INPC acumulou aumento de 5,05%.
Endividamento
No município de São Paulo, o número de famílias endividadas apresenta um resultado intermitente desde maio de 2025. Já as famílias com contas em atraso e as que não terão condições de pagar suas dívidas tiveram um aumento pelo segundo mês consecutivo. Ademais, esses resultados continuam sendo melhores na comparação com os números apresentados para o Brasil.
Em agosto de 2025, a Pesquisa de Endividamento e Intenção de Consumo das Famílias (PEIC-SP), realizada pela FECOMÉRCIO-SP, apontou que o percentual de famílias endividadas atingiu 71,47%, um aumento de 0,61 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês anterior. Para as famílias com renda até dez salários-mínimos, 75,11%; enquanto para as famílias com renda maior de dez salários-mínimos, 60,94%.
Já a proporção de famílias com dívidas em atraso foi de 22,66%, com um aumento de 0,55 p.p. em relação ao mês anterior. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos (27,05%), ao passo que para as famílias com renda maior de dez salários-mínimos (11,72%).
E, por fim, o percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas atingiu 9,29%, um aumento de 0,18 p.p. em relação ao mês anterior. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos (11,96%), em contraste com as famílias com renda superior a dez salários-mínimos (3,71%).
Índices de Confiança
A variação mensal do nível de confiança dos consumidores no município de São Paulo mostra uma instabilidade na percepção dos consumidores em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa cinco vezes e positiva três vezes, de forma alternada. Entretanto, a variação em relação ao mesmo mês do ano anterior é negativa desde agosto de 2024.
Em agosto de 2025, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou uma alta de 2,74% em relação ao mês anterior. No entanto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto de 2024), o índice registrou uma queda de 12,11%. Para consumidores com até 35 anos de idade, o nível de confiança diminuiu 10,28%, enquanto para os consumidores com mais de 35 anos diminuiu 15,16%. Já para consumidores com renda de até dez salários-mínimos (SMs), o índice diminuiu 11,57%, ao passo que para os consumidores com renda acima de 10 SMs diminuiu 13,09%. O subindicador que reflete a percepção dos consumidores em relação às condições atuais teve uma queda 8,32%, enquanto o subindicador que reflete as suas expectativas caiu 14,30%.
A variação mensal do nível de confiança dos empresários do comércio no município de São Paulo também mostra uma instabilidade na percepção dos empresários em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa cinco vezes e positiva três vezes, de forma alternada. Entretanto, a variação em relação ao mesmo mês do ano anterior é negativa desde fevereiro de 2025. Na média do País, a variação negativa mensal e a anual foram piores do que a registrada no município.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), também calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou em agosto deste ano uma queda de 0,59% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto de 2024), o índice registrou uma queda de 5,79%. Na divisão por tipo de produto e por número de empregados, as maiores quedas ocorreram com os empresários produtores de duráveis (-12,28%) e para os que possuem mais de 50 empregados (-6,99%). O subindicador que reflete a percepção dos empresários em relação às condições atuais diminuiu 7,90%, enquanto o subindicador que reflete a estratégia de investimento teve uma diminuição de 1,10%. Já o subindicador que reflete as expectativas dos empresários diminuiu 8,02%.
Por fim, a variação mensal do nível de confiança dos empresários da indústria do Estado de São Paulo também mostra uma instabilidade na percepção dos empresários em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa cinco vezes e positiva quatro vezes, de forma alternada. Entretanto, a variação em relação ao mesmo mês do ano anterior é negativa desde dezembro de 2024.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (ICEI-SP), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou, em setembro de 2025, uma pequena alta de 0,23% em relação ao mês anterior. O indicador ainda apresenta um pessimismo por parte dos empresários. No entanto, a alta no indicador representa uma diminuição desse pessimismo. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto de 2024), o índice registrou uma queda de 14,54%.
O subindicador que reflete as condições atuais teve uma redução de 15,45%, e o subindicador que reflete as expectativas para os próximos seis meses teve uma redução de 14,12%.
Os dados sobre o nível de confiança dos empresários paulistas da indústria, calculados pela FIESP, são de setembro de 2025. Logo, já refletem os acontecimentos que serão apresentados no final deste Boletim.
Perspectiva
A variação mensal da intenção de consumo das famílias do município de São Paulo mostra uma instabilidade. Em 2025, a variação mensal foi negativa quatro vezes e positiva quatro vezes, de forma alternada. Entretanto, a variação em relação ao mesmo mês do ano anterior é negativa desde agosto de 2024. E essa diminuição foi quase igual a observada para a média do Brasil. O destaque foi a contribuição das famílias com renda acima de 10 salários-mínimos para o resultado negativo do último mês.
Em agosto de 2025, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF-SP), calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou uma alta de 0,57% em relação ao mês anterior. No entanto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto de 2024), o índice registrou uma queda de 0,47%. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos (SMs), o índice aumentou 2,0%, em contraste com a diminuição de 6,5% para as famílias com renda acima de 10 SMs. Dentre os sete itens avaliados, as diferenças por renda são muito grandes. Por exemplo, o acesso ao crédito e a perspectiva de consumo para as famílias com renda de até dez SMs aumentou 7,1% e 4,9%, respectivamente, ao passo que para as famílias com renda acima de 10 SMs diminuiu 5,2% e 18,0%, respectivamente.
A variação mensal do interesse na expansão do comércio no município de São Paulo apresentou cinco quedas consecutivas no ano, depois dois aumentos consecutivos, e neste mês novamente uma queda. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação foi positiva duas vezes e negativa seis.
O Índice de Expansão do Comércio (IEC-SP), também calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou uma diminuição de 1,89% em relação ao mês anterior. E na comparação com o mesmo mês do ano anterior (agosto de 2024), o índice registrou uma queda de 1,80%. Dentre os seus dois componentes, a expectativa para contratação de funcionários diminuiu 3,97%, enquanto o nível de investimento das empresas aumentou 1,00%.
Em razão da data de publicação deste boletim, algumas notícias já podem impactar os indicadores econômicos de setembro, que serão divulgados no próximo mês.
No começo de setembro, foi realizado o leilão para a construção do túnel que vai ligar as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista. A concessionária vencedora do leilão, o grupo português Mota-Engil, ficará responsável pela construção, operação e manutenção do túnel por um período de 30 anos.
O governo federal lançou o programa “Gás do Povo”, que garantirá gás de cozinha gratuito a famílias de baixa renda. O programa substituirá o Auxílio Gás, e a estimativa é atender cerca de 15,5 milhões de famílias. Além disso, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram a Medida Provisória (MP) que trata da conta de luz gratuita ou com desconto para famílias de baixa renda.
O Banco Central manteve em setembro a taxa básica de juros em 15% ao ano.
No âmbito externo, a União Europeia reconheceu o Brasil como livre de gripe aviária e permitiu o retorno das exportações de carne de frango para o bloco. E o governo dos Estados Unidos divulgou que a maior parte das exportações brasileiras de celulose e de ferro-níquel está livre das tarifas impostas neste ano. Ademais, o Mercosul – que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) – que inclui Suíça, Islândia, Noruega e Liechtenstein – assinaram o Acordo de Livre Comércio entre as duas regiões.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por cinco crimes cometidos. Após a condenação, a expectativa era de novas sanções comerciais por parte do governo dos EUA. Entretanto, elas ainda não ocorreram. Ao contrário, no final do mês, na assembleia geral da ONU, o presidente americano, Donald Trump, mostrou simpatia pelo presidente Lula e sinalizou interesse em marcar uma reunião.
Para mais detalhes de alguns indicadores apresentados, inclusive com outras medidas de variação, acesse: clique aqui.
Expediente CECON
Coordenação
Allexandro Emmanuel Mori Coelho, Professor Doutor
Equipe Econômica
Jobson Monteiro de Souza, Professor Doutor
Rafael Barišauskas, Professor Mestre
Termo de isenção de responsabilidade
Este relatório foi preparado pela equipe integrante do Centro de Estudos em Conjuntura Econômica (CECON) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), utilizando os melhores esforços dos responsáveis. As informações foram obtidas através de fontes públicas críveis, e estão sujeitas a revisões sem aviso prévio. O CECON e a FECAP não se responsabilizam por quaisquer decisões econômicas ou de investimento tomadas com base nas informações deste relatório. O conteúdo deste relatório é livre, não podendo ser comercializado ou monetizado por terceiros de nenhuma forma. Este produto possui caráter exclusivamente informativo e não deverá ser usado para constituir qualquer decisão de compra ou venda de ativos ou produtos ou de investimento.