No primeiro trimestre de 2025, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma redução de 79 mil postos de trabalho no Estado de São Paulo, mas sem variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior. A força de trabalho também se manteve estável estatísticamente. Assim, a taxa de desemprego atingiu 6,2%, com ajuste sazonal. Em razão do pequeno aumento, a taxa ainda permanece como a menor da série histórica, iniciada em janeiro de 2012, e também menor do que a taxa estimada para o Brasil, de 7,0%, o que coloca o Estado de Sâo Paulo na 10º posição dentre os demais estados.
O rendimento real mensal médio alcançou R$4.063, mas também sem variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior.
Variação em relação ao mesmo período do ano anterior
A criação de postos de trabalho apresentou alta de 3,1% em comparação ao primeiro trimestre de 2024, enquanto que a força de trabalho aumentou 1,9%. Assim, a taxa de desemprego diminuiu 1,1 ponto percentual no período. Já o rendimento real mensal médio novamente não apresentou variação estatisticamente significativa.
Em relação à posição na ocupação destes postos de trabalho, as ocupações aumentaram para os trabalhadores por conta própria com CNPJ (10,6%), para os militares e funcionários públicos estatutários (12,7%) e para os empregados do setor privado com carteira assinada (4,0%). E as diminuições ocorreram para os empregados do setor privado sem carteira assinada (-9,6%) e para os trabalhadores domésticos sem carteira assinada (-11,8%). Logo, ocorreu um aumento na formalização do mercado de trabalho, tendência já observada no trimestre anterior.
Em relação a atividade do trabalho principal ocupado, os destaques foram para as atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com uma alta de 8,3% e para as atividades da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, alta de 8,2%. Já os serviços domésticos caíram 9,4%.
Divisão por grupo
A taxa de desemprego para os homens foi de 4,9% e para as mulheres de 7,9%. Na divisão por grupos de idade, o destaque foi a taxa de desemprego das pessoas entre 18 e 24 anos, com 13,5%. E na divisão por nível de instrução, a maior taxa foi de 12,4% (ensino médio incompleto ou equivalente) e a menor foi de 3,3% (ensino superior completo ou equivalente).
O rendimento real mensal médio para os homens foi de R$4.505 e para as mulheres R$3.507. O rendimento das pessoas com idade entre 18 e 24 anos foi de R$2.190. E na divisão por nível de instrução, as pessoas com ensino médio incompleto ou equivalente receberam R$2.200, enquanto que as pessoas com ensino superior completo ou equivalente receberam R$7.307.
Taxa composta de subutilização
A taxa composta de subutilização, resultado da soma da taxa de desemprego, da taxa de subocupação e da taxa da força de trabalho potencial, atingiu 12,1%. Apesar do pequeno aumento em relação ao trimestre anterior, essa é a menor taxa desde o quarto trimestre de 2014. Essa taxa reflete melhor a subutilização da força de trabalho, isto é, uma oferta de trabalho disponível, mas ainda não empregada. Isso porque ela inclui também as pessoas de fora da força de trabalho que gostariam de trabalhar e as de dentro da força de trabalho que gostariam de trabalhar mais.
A taxa de subalocação, que reflete os trabalhadores que trabalham menos horas do que gostariam, alcançou 3,0%. Já a taxa da força de trabalho potencial, que reflete as pessoas com potencial para estarem dentro da força de trabalho, mas ocorreu um descompasso entre a busca por trabalho e a disponibilidade para trabalhar, foi de 2,9%.
Por fim, no Estado de São Paulo, o mercado de trabalho segue com um bom desempenho em razão da queda da taxa de desemprego e da melhoria nas condições de inserção no mercado de trabalho, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, apesar do rendimento real mensal médio ter se mantido estável estatísticamente. Além disso, a taxa de desemprego e a taxa composta de subutilização permanecem as menores a mais de dez anos, e inferiores quando comparados com os resultados alcançados na média do Brasil.
CECON: o Centro de Estudos em Conjuntura Econômica (CECON) promove a continuidade às atividades iniciadas pelo Núcleo de Estudos de Conjuntura Econômica, em 2012, mantendo os objetivos de informar empresas e pessoas sobre o ambiente econômico, assim como o de capacitar estudantes de graduação na atividade de análise de conjuntura econômica. Saiba mais no site: clique aqui.