A liderança é uma qualidade e característica intrínseca ou pode ser aprendida?
Segundo o professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) Lauro E. de Russi, a liderança pode sim ser desenvolvida, a depender da pré-disposição do indivíduo para aprender tal habilidade.
“A nossa capacidade para aprender habilidades ou competências depende da nossa formação psíquico-emocional, dos contextos em que vivemos, fatores externos e influências. Tudo isso provoca maior facilidade ou dificuldade no aprendizado. Algumas pessoas não precisam se esforçar, outras sim”.
LIDERANÇA É ESSENCIAL NO MERCADO
Segundo o especialista, já está mais do que provado que as pessoas, para obterem determinado resultado, precisam ser organizadas, apoiadas, coordenadas. E quem proporciona isso é o líder, usando de sua experiência e conhecimento.
“Ninguém faz sucesso sozinho” e, devido à redução da estrutura humana em grande parte das empresas, as pessoas precisam, mais do que nunca, umas das outras, um esforço sinérgico para alcançarem as metas estipuladas pela organização.
A liderança tem papel fundamental em unir a equipe, identificando e distribuindo atividades e desafios com base no potencial e competências de cada uma.
TIPOS DE LÍDERES
Visando evitar-se uma costumeira “rotulagem”, o professor divide, resumidamente, os líderes em dois tipos principais: em uma ponta estão os autocráticos; na outra, os democráticos. Entre esses “extremos”, navegam diversos tipos e estilos.
O autocrático tem características muito específicas: é centralizador nas tomadas de decisão, ouve pouco a equipe e, quando o faz, restringe-se a assuntos profissionais, muitas vezes preterindo o lado humano do colaborador. Muitas vezes resiste a trabalhar com colaboradores mais competentes que ele, pois podem fazer “sombra” ameaçando a sua posição. Neste modelo de liderança, a autopromoção é uma busca constante, sendo que as vitórias são sempre de autoria do gestor, porém as derrotas ficam por conta da equipe.
Por outro lado, o líder democrático pratica a gestão participativa ou compartilhada, que se caracteriza por decisões “colegiadas”, envolvendo os membros da equipe. Ouve, por convicção de seu papel, os liderados (incluindo questões da vida extraprofissional) e estimula, apoia e promove o desenvolvimento comportamental e técnico da equipe, diferentemente do autocrático.
VOCÊ QUER SER LÍDER?
Para quem está pensando em desenvolver a liderança e acha que tem perfil para ser um líder, a primeira dica é perguntar a si mesmo se é isso que deseja, em todos os papéis e funções que a um líder cabe.
Dentre eles, o de coordenar, relacionar-se, gerir pessoas, ensiná-las as atividades se necessário, estimulá-las a se desenvolverem e zelar pelo bem-estar delas. Se a resposta for afirmativa, o segundo passo é começar a estudar o assunto, por meio de leituras, pesquisas e cursos. O terceiro passo é não perder a oportunidade de candidatar-se a posições de liderança, começando pelo nível mais simples de responsabilidade, e assim adquirir experiência visando, posteriormente, pleitear posições mais elevadas.
Outras características essenciais para quem quer ser líder: ter empatia, capacidade de comunicação (assertiva e não violenta), resiliência para encarar o mundo V.U.C.A. (e também contribuir para tornar a equipe mais resiliente), e saber construir relacionamentos saudáveis e produtivos (com a equipe e demais componentes da organização, e externos).
PERFIL DO LÍDER NO “PÓS-PANDEMIA”
Além de todas as habilidades e características já mencionadas pelo professor, outra que ele destaca como fundamental é a capacidade de saber gerenciar pessoas à distância, pois várias organizações já estão praticando o modelo “home-office” e pretendem continuar mesmo após o “fim” da pandemia.
Isto significa que na prática o líder precisa aprender a concentrar-se ainda mais nos indicadores relacionados à eficácia do trabalho das pessoas, reduzindo o seu foco no comportamento delas, visto que à distância fica bem mais difícil “conferir” determinados comportamentos e posturas, que, no “presencial” eram mais “visíveis”.
Outra preocupação que o líder deverá ter é quanto ao processo de contratação, que, como as demais atividades, passou a ser todo “on-line”, o que exige maior “acuidade” no momento da avaliação dos requisitos (principalmente comportamentais) dos candidatos. Outro fator a ser levado em conta no processo seletivo é se o candidato aceita (e consegue atuar) em “home-office”, obviamente se este for o modelo definido pela empresa.
Outro grande desafio para o líder será o de promover e contribuir com o engajamento das pessoas na “causa” da organização, todas estando “on-line”.
CURSO ON-LINE GRATUITO
A FECAP oferece o curso on-line gratuito “Liderança de Pessoas na Prática”, que aborda temas como as exigências do mercado atual para o exercício da liderança, as relações humanas que interferem na forma de gerenciar pessoas, e os mais atualizados conceitos de liderança, entre outros.
O curso é ministrado pelo professor Lauro Eduardo De Russi, tem carga horária de 4 horas-aula, com videoaulas e leituras. É possível obter um certificado de conclusão, contanto que o aluno obtenha nota mínima.
Os interessados devem se inscrever pelo site da FECAP, neste link: https://www.fecap.br/curta-duracao/lideranca-de-pessoas-na-pratica/
O ESPECIALISTA
Lauro Eduardo De Russi é administrador de empresas, com pós-graduações em Gestão de Pessoas, Psicologia Organizacional e Marketing. Tem experiência de mais de 25 anos em gestão e condução de projetos e ações em setores Administrativos, Operacionais e Comerciais, envolvendo temas como Vendas, Liderança, Relações Humanas, Comunicação Interpessoal, Negociação e Empreendedorismo. Professor de cursos de Pós-graduação em Gestão de Pessoas na FECAP, e professor convidado da Trevisan, ECA/USP, FIA e Mackenzie.