A Inteligência Emocional é uma competência essencial para qualquer líder. E no pós-pandemia de Covid-19 essa será uma caraterística ainda mais exigida pelas empresas. Quem afirma é a professora do curso on-line gratuito da FECAP “Inteligência Emocional na Formação dos Líderes”, Daniela Medeiros. Segundo a especialista, desenvolver o autoconhecimento e a inteligência emocional ajudaria as pessoas, que acabam desenvolvendo doenças mentais como ansiedade, depressão e síndrome do pânico; além das empresas, que teriam menos gastos com colaboradores em licença por conta das doenças mentais. “Estamos acostumados em nossa formação a lidar com inteligência intelectual. Saímos prontos da faculdade com as hard skills, mas, no mercado, somos colocados a duelar em um ringue sem preparo emocional para lidar com questões do dia a dia. Você pode aprender as hard skills, mas lidar com as emoções é mais difícil, porque estão arraigadas no comportamento e no nosso eu”, comenta Daniela. Mas, será mesmo que é possível “aprender a ser líder”? A especialista diz que sim. “Antigamente dizia-se que a Liderança era uma característica inata, mas teorias posteriores começaram a dizer o contrário. É possível aprender conteúdo, habilidades e a atitude para pôr em prática a liderança”.
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
A Inteligência Emocional é uma característica de dois eixos. No eixo das próprias emoções, existem três pilares: autoconsciência (entender e conhecer as próprias emoções), autogestão (lidar com as quatro emoções básicas do ser humano: alegria, medo, tristeza e raiva), e a automotivação (habilidade de realizar e atitude de fazer). Já no eixo das emoções do outro, há dois pilares: empatia (reconhecer as emoções do outro) e habilidade social (lidar com a emoção do outro).
O LÍDER IDEAL
“Um líder emocionalmente inteligente reconhece emoções em si e no outro. Tem capacidade de reconhecer o estado emocional do outro, sabendo identificar se aquele colaborador tem algum potencial que não está sendo aproveitado. É preciso ter olhar de águia para reconhecer se a pessoa está passando por alguma situação no âmbito emocional. Com esse olhar, se conectar à pessoa e influenciar a vida do colaborador positivamente”, diz. Mas com tantos tipos de líderes, qual o mais buscado pelas empresas? Daniela diz que o mais “buscado” é o líder coach, mas isso depende muito de cada empresa e do momento que a organização atravessa. “É preciso ter consciência da gestão de pessoas para alocar recursos. Ela precisa ter as pessoas certas, no momento certo. Em momentos de acolhimento, seria ideal um líder mais ‘paternalista’. Já em momentos tensos, é preciso de um líder ‘pulso firme’ para dar rumo aos colaboradores”, pontua. E, na escolha pelo “líder ideal”, a empresa deve ter em mente que é ele quem vai refletir a equipe e os resultados esperados. “O líder vai ser muito reflexo da interação com a equipe. Mas mais importante é a atuação do líder para a condução da equipe. Para o exercício da liderança, o líder precisa desenvolver antes as competências em si. E a flexibilidade é uma das principais características que devem ser desenvolvidas, assim atuará nas mais diversas situações e cenários com desenvoltura”, finaliza.