A Páscoa de 2025 promete pesar mais no bolso do consumidor brasileiro. Segundo levantamento da economista e professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Nadja Heiderich. projeções da indústria e dados recentes de inflação indicam um cenário de alta nos preços dos tradicionais ovos de chocolate e outros itens consumidos nesta época do ano.
Ovos de Páscoa mais caros e menos abundantes
A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) alertam para um aumento significativo nos preços dos ovos de Páscoa em 2025. A Abicab prevê um encarecimento médio de 9,5% nos ovos para o próximo ano. Além disso, estima-se uma redução na oferta, com cerca de 45 milhões de unidades disponíveis, representando uma queda de 22,4% em comparação ao ano anterior.
O principal vilão dessa alta é o preço do cacau. Segundo a Abia, a matéria-prima essencial para o chocolate acumulou um aumento impressionante de 189% nos últimos 12 meses. “Essa escalada de preços é reflexo de uma crise global na oferta de cacau, causada por problemas climáticos e fitossanitários nas principais regiões produtoras na África. Embora as indústrias possam não repassar integralmente esse custo, o impacto no preço final ao consumidor é inevitável”, afirma Nadja.
Inflação já afeta itens típicos da Páscoa
Dados recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo IBGE e referentes à variação acumulada nos 12 meses até fevereiro de 2025, já mostram um cenário de inflação para produtos relacionados à Páscoa.
- Chocolate: o chocolate em barra e bombom já acumula alta de 13,53% no Brasil (e 15,45% em São Paulo). O chocolate e achocolatado em pó subiram 12,46% no país (14,76% em SP);
- Pescados: itens tradicionais como o bacalhau registraram aumento de 5,51%. Outros peixes tiveram variações distintas. Ssalmão (+6,01%) e merluza (+3,67%) tiveram alta; enquanto a pescada (-5,79%) e a tilápia (-4,73%) apresentaram queda no período;
- Outros Itens: o azeite de oliva, frequentemente usado com o bacalhau, disparou 14,16% (15,19% em SP). O ovo de galinha subiu 10,49% (6,35% em SP) e o leite condensado, usado em sobremesas, aumentou 8,96%. Até mesmo as balas comestíveis tiveram alta de 3,01%.
Segundo a docente da FECAP, diante deste cenário, que combina a crise específica do cacau com uma inflação já presente em diversos alimentos típicos da celebração, os consumidores devem se preparar para uma Páscoa mais cara em 2025, com ovos de chocolate mais custosos e uma menor variedade disponível nas prateleiras.