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Liderança na pandemia: como chefes devem agir?

A pandemia da Covid-19 trouxe muitos desafios, em todos os aspectos. Nas organizações, o...
Imprensa | 23/04/2021
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A pandemia da Covid-19 trouxe muitos desafios, em todos os aspectos. Nas organizações, o distanciamento pode também agravar o relacionamento entre os chefes e os subordinados. 

Para o coordenador do curso de MBA em Gestão de Negócios da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Roberto Falcão, o home office pode promover um distanciamento da equipe. Neste cenário, o líder precisa agir para manter a união e o sentimento de grupo na equipe que lidera. 

“Com cada um trabalhando no seu quadrado, das suas casasvocê perde a sensação de pertencimento. A proximidade diária ajuda na criação de sinergias entre a equipe. Se o líder não buscar ferramentas para manter compreensão sobre o todo, corre o risco de ver sua equipe implodir. Se o trabalho não for dosado de forma integrada, empresa perde a força que poderia ter”, diz. 

A seguir, o especialista elenca algumas dicas para ajudar líderes a exercer melhor a liderança nestes tempos estranhos e novos para todos nós. 

DOSAR CONTROLE E COBRANÇAS 

O líder precisa conseguir dosar cobrança e controle com a autonomia da equipe, buscando formas de monitoramento e definição de metas claras. 

Não tem coisa mais chata e desagradável do que você, como adulto, ser cobrado no seu ambiente pessoal. Poxa, eu estou em casa e o meu chefe vai ficar toda hora me ligando, mandando mensagens de WhatsApp, pedindo entregas novas e reuniões a toda hora? A criança está acostumada com isso, a ser guiada por um adulto, já o adulto, de modo geral, quer ter autonomia e independência. 

Para criar mecanismos de controle e saber que a equipe está entregando, é preciso ter objetivos e metas muito bem definidas. Cada colaborador precisa ter clareza do que seu líder espera e o que ele ou ela, como membro da equipe, deve fazer para atingir os objetivos. 

“A partir do momento em que boa parte da equipe está remota, o líder tem que dizer o que espera que os colaboradores façam. Não necessariamente como e quando, mas o que precisa ser entregueOutra sugestão é a otimização das tarefas por meios de programas de metodologias ágeis como a metodologia OKR e a ferramenta Kanban”. 

FAÇA REUNIÕES CONSTANTES, MAS CURTAS 

Reuniões por aplicativos como o Zoom e o Teams criam fadiga. O líder deve fazer essas reuniões constantemente sim, mas elas devem ser curtas. Seu objetivo deve ser alinhar questões gerais, trocar experiências, bem como possibilitar o acompanhamento e alinhamento do que deve ser feito, e a entrega de feedback do que não deu certo. 

Também é importante fazer reuniões individuais para identificar qual é o momento (pessoal e profissional) de cada colaborador. A proximidade e a humanização das relações estão se mostrando mais importantes do que nunca. Por isso, podem surgir situações em que a ajuda de um psicólogo organizacional pode ser bem-vinda. 

SEJA COMPREENSIVO 

Neste cenário de pandemia, o líder precisa ser um misto de chefe, auditor, animador de festa, confidente… 

O líder precisa saber vestir diferentes chapéus, saber o momento de ser firme e o momento de ser flexível. A liderança deve ir navegando em meio aos imprevistos e situações, sempre com suporte da organização. Ese estamos falando de uma empresa pequena, é o dono da empresa que precisa fazer tudo isso. 

As pessoas estão muito cansadas, sozinhas… As mulheres, então, muitas vezes precisam ainda cuidar das crianças e do lar ao mesmo tempo em que desempenham sua atividade profissional. É um desgaste considerável e o confinamento afeta emocionalmente as pessoas. O líder deve contribuir para que seu time consiga dosar suas atividades. 

“O funcionário pode estar mal porque o cônjuge está desempregado, ou porque o filho vai mal na escola. Um papo aberto, franco e sigiloso pode permitir uma compreensão mais ampla e, no mínimo, servir como desabafo.” 

Contudo, não adianta o líder implementar agora uma estratégia de diálogo e colaboração, se a cultura continua sendo de pressão e reuniões muito longas. É preciso construir uma estratégia verdadeiramente alinhada aos valores que a empresa pretende assumir para si. 

NÃO SOBRECARREGUE A EQUIPE 

Quanto mais o funcionário estiver se sentindo sobrecarregado, e quanto menos clareza ele ou ela tiver sobre aonde precisa chegar, menor será sua produtividade. 

E normalmente a queda de produtividade é associada à queda de motivação. Aumentar o salário do colaborador muitas vezes não motiva. É o que se chama de fator higiênico: uma remuneração adequada é mínimo para se ter satisfação, mas não necessariamente é suficiente para alguém se sentir motivado. Um aumento de salário não vai adiantar, se o colaborador está com um princípio de burnout, por exemplo. Não adianta oferecer um bônus, se o funcionário não tem mais de onde tirar forças para continuar naquele momento.” 

COMUNICAÇÃO CLARA, MAS SEM EXCESSOS 

A comunicação deve ser a mais aberta possível, usando todos os canais que estiverem à disposição, mas respeitando horários e limites. 

Não era comum um chefe mandar mensagens para sua equipe por Whats, até para não configurar hora extra ou invasão de privacidade, mas isso mudou. Só não dá para o chefe mandar uma mensagem no WhatsApp às seis da manhã ou à meianoite, se isso não fizer parte do contrato de trabalho”. 

O NOVO LÍDER É PARTICIPATIVO 

Falcão encerra pontuando que, agora mais do que nunca, a liderança precisa ser humana. Mas destaca que isso não é sinônimo de condescendência ou falta de foco. 

“É preciso equilibrar as necessidades da organização, direcionando com clareza quais são os objetivos e metas, exigindo entregas, mas compreendendo que há um ser humano do outro lado, e que as pessoas estão perdidas, sensibilizadas, desgastadas. Neste cenário, perde ainda mais espaço o líder autoritário e centralizador, para dar lugar alíder participativo.” 

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