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Especialista aponta quais empregos desaparecerão e quais estarão em alta no futuro

A tecnologia irá modificar radicalmente como uma série de profissões serão executadas e há uma...
Imprensa | 29/01/2021
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A tecnologia irá modificar radicalmente como uma série de profissões serão executadas e há uma chance de muitos empregos de baixa complexidade serem extintos. Essa deve ser uma forte preocupação para a sociedade, pois agravará a lacuna entre quem tem acesso à educação superior e quem não tem.

A afirmação é do conselheiro de carreira para estudantes dos cursos de Pós-graduação da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Augusto Dutra Galery.

A pesquisa “Futuro do Trabalho”, realizado pelo Fórum Econômico Mundial, sugere que o trabalho que imaginávamos para o futuro já chegou: uso cada vez mais intenso de tecnologia, exigências cognitivas e relacionais cada vez maiores, ênfase na sustentabilidade, responsabilidade empresarial e nos stakeholders.

“É preciso ter cuidado, pois tudo indica que o número de empregos tenderá a diminuir e a se sofisticar, o que leva a uma necessidade de investimentos em uma boa educação, que capacite para o desenvolvimento científico, habilidades sociais e o uso da tecnologia, de forma a que as pessoas possam estar prontas para a complexidade do mercado futuro”, alerta.

QUAIS EMPREGOS VÃO DESAPARECER?

O especialista diz que há um certo exagero sobre a questão do desaparecimento de certas profissões. “Essa é uma discussão que precisa ser feita com cuidado. O que acontecerá mais provavelmente é que essas profissões sejam reformuladas para se adequar ao avanço da tecnologia e a outras mudanças sociais em curso”.

Ele usa como exemplo muitos cursos de biblioteconomia, que foram reformulados no começo desse século para se tornarem cursos de gestão da informação.

“De qualquer forma, é essencial para alguém que está escolhendo sua profissão fazer um balanço entre o que o mercado está pedindo e sua própria motivação interna. A verdade é que não há carreira fácil nem com futuro assegurado. Isso significa que, independentemente da profissão escolhida, serão necessárias perseverança e dedicação para se ter sucesso, o que exige uma grande motivação interna. Uma proporção imensa de pessoas com graduação desiste de sua profissão assim que se formam, pois fazem escolhas considerando apenas cargos em alta ou a segurança, e não conseguem evoluir em suas carreiras. Não é que essa análise do mercado não seja importante, mas ela deve estar equilibrada com a escolha pessoal”, pondera.

Na avaliação de Galery, profissões que sejam exclusivamente repetitivas terão mais chance de desaparecer.

“Toda atividade que pode ser colocada em um script e não necessite de alguém para usar a criatividade ou tomar uma decisão tem chance de ser robotizada. O risco é maior quanto mais simples a atividade é. Aquele trabalho repetitivo, simples, taylorizado, no estilo da famosa cena do Charles Chaplin no filme Tempos Modernos, deve estar em risco na próxima década. Haverá impacto grande nas atividades puramente burocráticas”, opina.

No campo das carreiras que exigem ensino superior, segundo o especialista, algumas profissões estão passando por intensas modificações, como aumento da exigência de conhecimento em tecnologia, a ênfase na capacidade de tomar decisões e comunicar essas decisões de forma adequada e outras nesse sentido.

“Por exemplo, a FECAP acaba de passar por uma reforma em sua grade curricular para garantir que o conhecimento necessário em tecnologia e nas chamadas soft skills, aquelas relacionadas com características humanas complexas, esteja presente em todos os cursos”.

Outro exemplo é dos profissionais que trabalham com secretariado e assessoria executiva: estão sendo cada vez mais demandados como tomadores de decisão e gestores de informação, ao invés de se manterem em atividades passivas e burocráticas.

“A tecnologia facilitou grande parte desse trabalho, e profissionais dessa área agora se sentem mais realizados por fazer tarefas mais enriquecidas. Ao mesmo tempo, a tecnologia diminuiu o número de vagas e só as pessoas bem capacitadas e altamente motivadas estão conseguindo progredir nessa área”

O principal cuidado, agora, segundo Galery, é compreender que os cargos em que o trabalhador fica passivo e desmotivado, trabalhando apenas pelo salário e realizando tarefas repetitivas, certamente desaparecerão.

QUAIS EMPREGOS ESTARÃO EM ALTA?

Galery aponta duas tendências em alta atualmente no mercado. Por um lado, as profissões ligadas ao uso e desenvolvimento de tecnologia estão com grande demanda e foram ainda mais impulsionadas pela pandemia de Covid-19. Por outro, o uso excessivo de tecnologia mostrou claramente a lacuna de profissionais que saibam lidar com pessoas, em áreas como marketing e gestão de pessoas e cultura.

“Pesquisas do Fórum Econômico Mundial têm apontado que, além dessas três áreas (TI, marketing e gestão de pessoas), as áreas de produção de conteúdo, desenvolvimento de produtos e vendas também estarão em alta nos próximos anos”.

Ainda é cedo para contextualizar o impacto da pandemia de Covid-19 no futuro do trabalho. “Há uma carência de estudos sobre o impacto do Coronavírus no mercado de trabalho. Carreiras ligadas à saúde serão provavelmente impactadas nos próximos anos. Em 2020, por exemplo, ofertas de cargos ligados à medicina e enfermagem dispararam”.

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