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Qual é a avaliação do governo Milei na Economia? Especialista responde

Após um curto período no poder, o governo de Javier Milei recebeu uma variedade de avaliações...
Imprensa | 05/03/2024
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Após um curto período no poder, o governo de Javier Milei recebeu uma variedade de avaliações que refletem tanto sucessos, quanto desafios. Mas embora tenha sido elogiado por sua abordagem liberal e pela tentativa de limitação do estado, o apoio político é fraco e a oposição significativa.

Segundo o professor e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Ahmed Sameer El Khatib, o primeiro mês do mandato do presidente argentino trouxe a redução do número de ministérios federais de 18 para 9, e uma série de medidas econômicas para lidar com a crise, incluindo a redução de gastos públicos e a desvalorização do peso. Mas também aumento nas taxas de inflação e preços, com índice mensal de 20,6% em janeiro.

A situação econômica da Argentina é resultado de uma combinação de fatores históricos, como a dívida externa e problemas pontuais, que afetam diversos setores da economia. O Fundo Monetário Internacional (FMI) saudou as medidas econômicas “ousadas” anunciadas pelo novo ministro da Economia da Argentina.

Milei mantém alta aprovação entre seus eleitores e busca construir alianças necessárias para avançar com sua agenda. Mesmo assim, o futuro do governo está ligado ao sucesso das medidas tomadas e à capacidade de gerenciar a resistência social esperada nos próximos meses.

“Apesar dos esforços de Milei para implementar reformas radicais, incluindo omnibus bills envolvendo mais de 300 leis, ele enfrentou críticas sobre a dependência excessiva de decretos e falta de maioria no Congresso. Além disso, a população tem dúvidas sobre a capacidade do governo de lidar com a crise econômica e social”, diz El Khatib.

Como o governo assumiu há pouco tempo e ainda é cedo para avaliar completamente seus efeitos na economia do país. Milei também tem enfrentado críticas sobre a dependência excessiva de decretos e falta de maioria no Congresso.

“Há algumas notícias positivas que podem beneficiar o presidente, como a expansão da produção agrícola, o desenvolvimento da indústria do lítio e a possibilidade de melhora na balança comercial, que podem gerar receitas adicionais para o país. Por outro lado, há preocupações com a inflação e os preços, que aumentaram nos primeiros meses do governo”.

BRASIL ATENTO À ECONOMIA ARGENTINA

A situação econômica da Argentina é desafiadora, com alta dependência do dólar; déficit fiscal significativo; uma grave crise, com alta inflação e dificuldade em controlar a dívida pública, que é em grande parte denominada em dólar.

Especialistas brasileiros observam que o governo Lula busca informações sobre medidas econômicas, e a evolução da economia argentina continuará a ser monitorada de perto devido à sua importância como parceiro comercial do Brasil. Já alguns especialistas argentinos apontam como desafio para Milei encontrar aliados políticos e no âmbito social para implementar suas reformas.

“Embora a avaliação global seja cautelosa devido à brevidade do mandato de Milei, a tendência é que os especialistas observem as medidas econômicas com interesse e esperança de resultados positivos para a Argentina”, acrescenta o professor.

Em contraste, o Brasil, embora também enfrente desafios fiscais, tem uma situação relativamente mais favorável, com reservas cambiais sólidas e uma dívida externa menor em comparação com as reservas.

“A economia argentina é um importante parceiro comercial para o Brasil, e a crise no país vizinho gera preocupações sobre seus efeitos no Brasil. No entanto, as economias dos dois países estão em situações distintas, com o Brasil em uma posição relativamente mais estável”, afirma.

Na opinião do professor Ahmed, para melhorar a situação econômica da Argentina, algumas medidas ideais poderiam incluir:

a)         Redução do déficit fiscal e controle da dívida pública.

b)         Estímulo ao crescimento econômico e ao investimento, especialmente em setores-chave como agricultura e energia.

c)         Implementação de políticas para controlar a inflação e estabilizar a moeda.

d)         Busca por acordos internacionais que possam ajudar a reequilibrar as finanças do país.

“Na prática, sabemos que a complexidade da situação econômica argentina exige um conjunto abrangente de medidas e reformas estruturais para enfrentar os desafios atuais e promover a recuperação econômica sustentável”, finaliza o especialista da FECAP.

O especialista: Ahmed Sameer El Khatib é doutor em Administração de Empresas e doutor em Educação, Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC/SP e graduado em Ciências Contábeis pela USP. É pós-doutor em Contabilidade pela Universidade de São Paulo e pós-doutor em Administração pela UNICAMP. É professor e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) e professor adjunto de finanças da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). 

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