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Vida do empresário brasileiro não é fácil! Veja principais desafios enfrentados por gestores

Os relatórios que apresentam os índices de “Ease of doing business” no Brasil não...
Imprensa | 20/05/2023
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Os relatórios que apresentam os índices de “Ease of doing business” no Brasil não são nada animadores, segundo o coordenador do curso de MBA em Gestão de Negócios da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Roberto Falcão. Na opinião do especialista, os desafios são diversos e, infelizmente, com raras exceções, os obstáculos aos negócios são enormes no país. 

Como principais entraves para um negócio “dar certo”, Falcão cita a instabilidade política; a falta de planos de governo claros e de longo prazo (tanto referentes a questões internas quanto ligados ao comércio internacional) em detrimento de planos partidários; a precária infraestrutura de telecomunicação e logística em diversas regiões do país; e a questão trabalhista e aspectos jurídicos e sindicais que travam a geração de emprego, ainda que a recente reforma tenha contribuído de alguma forma, entre outros. 

“Nesse sentido, a falta de mão de obra qualificada também pode ser um entrave para alguns setores. A fuga de cérebros continua sendo uma realidade bastante acentuada no Brasil. Não posso deixar de mencionar também a questão tributária. Além de representar uma carga pesada, o que consome parte da nossa competitividade, a complexidade do nosso sistema tributário é infernal. Com diferentes legislações municipais e estaduais, e toda a cascata tributária, é necessário que os gestores possuam alguma orientação e planejamento para reduzir tais custos”, opina o docente. 

Outro ponto importante que é uma pedra no sapato dos empresários brasileiros é a crescente penetração da China no cenário mundial. Mas o professor universitário lembra que isso não é “privilégio” do gestor brasileiro: o mundo permitiu e alimentou o crescimento das empresas chinesas e hoje precisa lidar com sua agressiva competição. 

Falcão ressalta ainda um traço do comportamento do consumidor brasileiro que é constantemente alimentado por muitas marcas: a sensibilidade a preço e a avidez por promoções. 

“Nosso varejo basicamente cresceu e continua sendo gerido com forte apelo promocional. Poucas empresas efetivamente investem na experiência do cliente e na construção sólida de sua marca. Com isso, todo o momento de aperto orçamentário e de crise, como estamos vivendo neste momento, afeta consideravelmente o resultado das empresas. Os balanços dos supermercados e o recente resultado do varejo evidenciam essa relação frágil”. 

PORTES DIFERENTES, PROBLEMAS DIFERENTES 

O tamanho da empresa altera os tipos de dificuldades que o empresário enfrenta. Negócios de menor porte, possuem menos complexidade, mas precisam lidar com menos recursos financeiros, humanos e tecnológicos. Por outro lado, à medida em que negócios aumentam de porte, seja por meio da injeção de capital próprio ou de terceiros, ou da utilização de um modelo de franquia, a complexidade da gestão aumenta, mas ela tende a vir acompanhada de mais recursos que viabilizam lidar com a nova realidade. 

“Vale destacar que, à medida em que uma organização ganha relevância (porte, lembrança de marca, participação de mercado) ela passa a chamar mais a atenção de todos os stakeholders. Esperam-se melhores retornos financeiros e dividendos, a fiscalização da sociedade civil e dos órgãos governamentais fica mais atenta, a repercussão das ações promocionais é mais delicada… Se a marca souber lidar com sua notoriedade, o risco é menor”. 

Em muitos casos, segundo o docente, crises de marca são geradas pelos próprios gestores, com a realização de campanhas publicitárias desastrosas, a seleção de influenciadores envoltos em polêmica, e a postura de CEOs e demais colaboradores em entrevistas e eventos. 

Além disso, a seleção dos membros da cadeia de valor (fornecedores de matéria prima, logística, parceiros…) devem ser cuidadosamente geridas, uma vez que podem influenciar a reputação de uma marca perante o mercado. Neste sentido, podemos destacar os casos de empresas que utilizaram trabalho análogo à escravidão, manchando sua própria imagem de forma quase irreversível. Outro agravante é que com a crescente das redes sociais, o “anonimato” das pequenas organizações acabou, e é mais difícil “varrer a sujeira” para debaixo do tapete. 

É POSSÍVEL “APRENDER” A SER GESTOR 

Falcão encerra afirmando que é possível adquirir características de um bom gestor, mas isso depende do tipo de empresa, seu porte e objetivos, da arena competitiva (grau de inovação, por exemplo) e do próprio nível hierárquico do gestor. 

“Um gestor deve ter capacidade analítica (a orientação para dados é uma realidade), inteligência emocional para lidar com seu time e resiliência para tolerar os desafios do ambiente. Algumas características podem ser natas, mas isso não impede uma pessoa de se desenvolver. Particularmente, entendo que as vivências e a educação formal (cursos de graduação, de pós e/ou de curta duração), com a crescente importância das soft skills, que são as competências socioemocionais e comportamentais, são o caminho mais sólido para adquirir e melhorar tais características”, finaliza. 

O especialista: Roberto Flores Falcão é Doutor e mestre em Administração de Empresas pela FEA/USP, especialista em Direito Civil e Direito do Consumidor pela Escola Paulista de Direito (EPD), e pós-graduado em Marketing e Design. É Coordenador do MBA em Gestão de Negócios da FECAP. Tem longa experiência em administração de negócios, com destaque para a atuação no varejo, empreendedor, e atua como palestrante e consultor na área de estratégia, marketing e gestão de serviços. É autor de livros e possui diversos artigos sobre empreendedorismo, administração de pequenos negócios, marketing e comportamento do consumidor. 

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