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Dólar em ano eleitoral: economista faz previsão para a moeda americana

Sobe e desce do dólar é afetado diretamente pela expectativa do mercado financeiro quanto à...
Imprensa | 03/03/2022
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Sobe e desce do dólar é afetado diretamente pela expectativa do mercado financeiro quanto à eleição no novo ou nova presidente 

2022 é um ano de instabilidade para a taxa de câmbio no Brasil. E o principal fator para o sobe e desce do dólar é a corrida eleitoral, sobretudo a escolha do novo ou nova presidente da República que assumirá o poder em 1º de janeiro de 2023. Para a professora de Economia e coordenadora do Núcleo de Estudos da Conjuntura Econômica da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Nadja Heiderich, quem precisa comprar a moeda estrangeira deve ficar atento ao cenário macroeconômico, e ir adquirindo dólar aos poucos, conforme a evolução da cotação. 

O QUE INFLUI NO VALOR DO DÓLAR? 

Para começo de conversa, vamos entender o que faz o preço do dólar aumentar ou diminuir: o valor é expresso por meio da taxa de câmbio, que nada mais é do que a taxa de troca entre duas moedas diferentes. 

“Nós usamos o dólar como principal moeda para transações com o exterior. O mercado cambial é um mercado como outro qualquer, onde há a oferta e a demanda. Pela união entre oferta e demanda, a gente tem o valor dessa moeda, que é expresso pela taxa de câmbio”, explica Nadja. 

Quem oferta a moeda estrangeira são as instituições que trazem o dinheiro para o País: pode ser o investidor, o turista, ou o exportador brasileiro que vendeu lá fora e está recebendo em dólar: todos os atores econômicos que têm recebimentos no exterior e trazem a moeda para cá. 

E é pelo movimento entre oferta e demanda que temos o valor da moeda. Quanto mais pessoas precisam de moeda estrangeira e sai uma notícia (como medidas econômicas ou crises) que faz os investidores tirarem dinheiro do Brasil por medo do risco de perder investimentos, naturalmente a taxa de câmbio sobe. Por outro lado, se há fluxo mais constante de entrada de dólar no País, a taxa de câmbio baixa. 

AS ELEIÇÕES E O DÓLAR 

O ano eleitoral influencia diretamente a cotação da moeda americana na nossa economia, segundo a economista. “A depende do desenrolar da expectativa do mercado com relação a quem vai assumir a dianteira da corrida eleitoral, o elemento eleição talvez seja o maior fator de volatilidade, mais do que direcionamento da taxa de câmbio”. 

Sempre que é há expectativa de um processo de ruptura da política econômica do governo anterior, há movimentos especulativos no mercado financeiro com relação ao futuro. A especialista lembra como o dólar se comportou nos últimos pleitos eleitorais. 

“Quando se observa o final do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o então candidato Luís Inácio Lula da Silva apontava como principal favorito para o Planalto, a taxa de câmbio disparou e marcou recordes históricos, por conta de incerteza do que viria no próximo governo. Por isso, o ex-presidente Lula divulgou a famosa carta aberta ao povo brasileiro, dizendo que não iria interromper políticas econômicas como o recente criado Plano Real, que estabilizou e conteve a inflação. Entre o final dos governos Lula e a eleição da ex-presidente Dilma Rousseff, não houve esse movimento, porque era um governo de continuidade do anterior governo Lula. Mas quando ouve a reeleição de Dilma, em que a corrida foi acirrada contra o candidato da oposição, Aécio Neves, a taxa de câmbio voltou a oscilar: para cima, quando Dilma assumia a dianteira, ou para baixo, quando Aécio figurava como favorito. Na última eleição, também assistimos à instabilidade da moeda, visto que o agora eleito presidente Jair Messias Bolsonaro, era um candidato desconhecido, apesar de pregar liberdade na economia à época. O temor do mercado era de que Bolsonaro não desse continuidade à política econômica do ex-presidente Michel Temer, que implementou o teto de gastos e realizou reformas que trouxeram certa estabilidade econômica”. 

CIDADÃO DEVE FICAR ATENTO AO CENÁRIO ECONÔMICO 

Para o cidadão que precisa adquirir moeda estrangeira, o conselho de Nadja é ficar atento ao cenário macroeconômico. “As projeções estão otimistas, diante da elevação da taxa de juros que ocorreu recentemente, atraindo capital estrangeiro e pressionando os preços para baixo. As projeções que eram de R$ 5,50 estão se revisando e baixando para entre R$ 5,05 e R$ 5,10. Quem precisa adquirir dólares deve ficar atento aos indicadores macroeconômicos como o PIB e inflação, para tentar antever o que pode acontecer com a taxa de juros nos próximos meses, bem como a questão política e fiscal do governo. 

A questão internacional, como as tensões entre Rússia e Ucrânia também são fatores que alteram as expectativas dos atores econômicos. “Isso pode acarretar saída abrupta ou entrada de capital. De igual maneira, se há revisão de expectativas positivas, há redução da taxa de câmbio. Quem precisar adquirir moeda estrangeira, deve fazer ao longo do tempo, acompanhando a cotação, porque 2022 é um ano de instabilidade”, finaliza. 

A especialista  

Nadja Heiderich é Doutora em Ciências (Economia Aplicada) na Universidade de São Paulo. Possui mestrado em Ciências (Economia Aplicada) pela Universidade de São Paulo (2012). Graduada em Ciências Econômicas pela FECAP (2008). Atualmente é professora no Centro Universitário FECAP e coordenadora do NECON FECAP (Núcleo de Estudos de Conjuntura Econômica). Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: meio ambiente, modelagem matemática, logística, agronegócio. 

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