Antigamente, a gestão de carreira era feita pelas empresas, que ofereciam planos de cargos e salários aos seus funcionários. Atualmente, cabe ao próprio indivíduo gerir sua carreira, considerando as exigências do mercado e suas próprias motivações e propósitos. A afirmação é do professor do curso on-line gratuito “Autogestão de Carreira” da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Augusto Dutra Galery.
Ainda segundo o especialista, uma “carreira de sucesso” é algo bastante subjetivo. “Uma carreira de sucesso está sempre em construção, não é algo parado. E precisa considerar diversos fatores, que vão desde a luta por seus ideais e valores até o seu próprio sustento. Acho que podemos definir uma carreira de sucesso como o movimento de equilíbrio entre o individual e o social, e entre o presente e o futuro”, opina.
AUTOCONHECIMENTO:
Na autogestão de carreira de sucesso, o autoconhecimento é um dos pontos essenciais, mas também é importante saber ler o mercado para buscar competências essenciais e diferenciais. Além disso, é necessário saber colocar planos em prática e se desenvolver continuamente.
Para Galery, o principal erro que as pessoas cometem é ter uma atitude passiva frente à própria carreira. “Isso dificulta a empregabilidade e leva à desmotivação e frustração do indivíduo. Ao mesmo tempo, se você considera que não precisa de nenhuma mudança, também terá problemas”, diz.
Neste sentido, os processos de recrutamento e seleção hoje buscam analisar diversos fatores, que vão desde o conhecimento formal e experiência prévias até a inteligência emocional, a motivação e os valores dos candidatos.
“O mundo anda complexo… Como os RHs avaliam diversas competências, já não se pode mais deixar de investir em uma coisa para investir em outra. Na pós-graduação da FECAP, por exemplo, independentemente do curso, os profissionais terão que desenvolver suas competências técnicas e aprender soft skills como parte da preparação para o mercado. Tudo caminha junto”.
COLABORADOR X EMPRESA:
Como toda relação, as duas partes têm que estar envolvidas no desenvolvimento dos planos de carreira. “Mais uma vez, o que acontece aqui é uma relação. Uma pessoa que coloca seu desenvolvimento nas mãos da empresa vira um refém. A empresa, por seu lado, perde rapidamente diferenciais de seus colaboradores se tentar controlar demais suas carreiras. Assim, os dois precisam criar um relacionamento motivacional e de crescimento contínuo. Eu aconselho um diálogo próximo: que as empresas compreendam os potenciais das pessoas e as ajudem a se desenvolver, pois também estarão desenvolvendo organizacionalmente essas competências”, aconselha Galery.
CONSIDERE A VIDA PESSOAL:
Uma gestão de carreira deve estar alinhada a um plano de vida na esfera pessoal. “Isso é essencial. Mas aqui não estamos falando de só fazer aquilo que dá prazer. É também preciso considerar seus desafios motivadores e seus propósitos de vida. Idealmente, é preciso chegar a um equilíbrio entre o agora (o que se gosta e se precisa atualmente) e o futuro (aonde queremos chegar e como podemos contribuir para um mundo melhor)”, finaliza.
PÚBLICO ALVO:
Estudantes e profissionais que desejam aperfeiçoar suas habilidades comunicacionais e colaborativas para construir relacionamentos saudáveis e produtivos, além de parcerias de confiança. Plano de ação.