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O Colégio e o Centro Universitário, mantidos pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - FECAP, são certificados como Entidades Beneficentes de Assistência Social na área da educação.
Este boletim reúne um conjunto de dados disponíveis para o Estado de São Paulo e sua capital, além das principais notícias, com o intuito de ajudar na compreensão da situação econômica da região e na formação de expectativas por parte dos empresários e consumidores.
Os dados de setembro mostram que as atividades econômicas seguem a trajetória observada ao longo do ano: uma queda na produção industrial e de comércio, em contraste com uma alta na produção de serviços.
Já os dados de outubro demonstram crescimento no emprego formal e no salário médio de admissão. Além disso, na variação acumulada dos últimos 12 meses, o custo de vida continua crescendo mais do que a média observada para o País, e esse aumento foi menor para as famílias que possuem, em média, renda menor. E, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o interesse na expansão do comércio diminuiu, mas, pela primeira vez no ano, a intenção de consumo das famílias aumentou.
Ainda com base nos dados de outubro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o nível de confiança dos consumidores e o dos empresários do comércio diminuíram. E os dados de novembro mostram que o nível de confiança dos empresários da indústria também diminuiu.
Notícias de Outubro – Referência para os Dados
No começo de outubro, foi aprovada por unanimidade pela Câmara dos Deputados a ampliação da faixa de isenção do Imposto do Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a redução da alíquota para rendimentos até R$ 7.350. Porém, devido à estimativa de perda de arrecadação, ainda é necessário aprovar um projeto complementar para não colocar em risco a neutralidade fiscal. A proposta é criar uma alíquota mínima de IR de até 10% sobre rendas superiores a R$ 600 mil anuais e tributar lucros e dividendos. Os projetos foram para votação no Senado.
Ainda no começo do mês, para compensar a perda de arrecadação por conta da revogação do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo precisava que a Medida Provisória (MP) que trata de tributação de aplicações financeiras e apostas esportivas, além de outros pontos, fosse aprovada até 8 de outubro. No entanto, ela perdeu a eficácia, pois foi rejeitada pela Câmara dos Deputados. Em razão da dificuldade para fechar as contas públicas, o governo adiou a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Além disso, em outubro, o Governo Federal anunciou um novo modelo de crédito imobiliário destinado à classe média. A Caixa Econômica Federal (CEF) vai financiar até 80% do valor do imóvel, com limite máximo de R$ 2,25 milhões, para famílias com renda familiar entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, com taxa de juros limitada a 12% ao ano. A estimativa é de financiar mais de 80 mil novas moradias até 2026.
O Governo Federal também lançou o programa “Reforma Casa Brasil”, uma linha de financiamento da Caixa Econômica Federal (CEF) para reformas de imóveis. O beneficiário poderá financiar 90% da reforma, mas precisará comprovar a execução da obra. O programa prevê R$ 30 bilhões em crédito para famílias com renda de até R$ 9,6 mil e R$ 10 bilhões para famílias com renda acima desse limite. O valor poderá ser de R$ 5 mil a R$ 30 mil, e a taxa de juros varia de acordo com a faixa de renda mensal da família. Para as famílias com renda de até R$ 3,2 mil, a taxa de juros é de 1,17% ao mês. O prazo de pagamento é de até cinco anos e atenderá, inicialmente, moradores de áreas urbanas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) reduziu a bandeira tarifária para vermelha, patamar 1.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) autorizou a Petrobras a perfurar poços para pesquisa exploratória na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, conhecida como Margem Equatorial. O objetivo é avaliar a existência de petróleo e gás em escala econômica. No entanto, o projeto é criticado por ambientalistas, em razão dos riscos a um recife de corais na área de quase 10 mil km² e da proximidade com terras indígenas no Amapá.
E a Petrobras anunciou uma redução de 4,9% no preço da gasolina para as distribuidoras. No entanto, o preço ao consumidor final também depende de outros custos, como a mistura com etanol, o frete, os impostos e a margem de lucro dos postos.
No plano internacional, o governo de Israel e o Hamas realizaram a soltura de reféns como parte da primeira fase do plano de paz na Faixa de Gaza.
O mês também foi marcado por uma nova escalada nas tensões comerciais entre os EUA e a China. A China ampliou os controles de exportação de produtos de terras raras, insumos essenciais à indústria de tecnologia americana. O governo dos EUA anunciou, como retaliação, uma nova tarifa de 100% sobre os produtos chineses e novos controles à exportação de softwares críticos. No final do mês, os países anunciaram uma trégua comercial de um ano, com redução de tarifas, suspensão de sanções comerciais e cooperação no comércio agrícola e de fentanil.
Em visita oficial, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, se reuniu com o vice-presidente da Índia, ministros e empresários, em Nova Delhi, e anunciou uma negociação para ampliar o Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-Índia, em vigor desde 2009. O acordo atual cobre apenas 450 categorias de produtos, com reduções pequenas nas tarifas. O objetivo é ampliar o número de produtos beneficiados e aumentar as reduções tarifárias. Dentre outros pontos, no encontro foram firmados acordos para facilitar investimentos e evitar a bitributação, bem como uma parceria entre a Fiocruz e a empresa indiana Biological para pesquisa tecnológica e inovação na produção de vacinas.
Após o primeiro contato na assembleia geral da ONU, o presidente americano, Donald Trump, e o presidente Lula conversaram por telefone duas semanas depois. O objetivo foi iniciar um diálogo entre os dois chefes de Estado para destravar as negociações sobre tarifas, investimentos e cooperação econômica. Um encontro presencial entre os dois ocorreu na Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia. Dado o passo político, a expectativa é avançar na parte técnica das negociações.
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo (SCTI), localizado na USP, aprovou a construção de uma planta de processamento de terras raras e minerais críticos, e já recebeu os primeiros equipamentos. As matérias-primas extraídas são utilizadas em lâmpadas de LED, lasers, telas de computador, smartphones, motores de carros elétricos, turbinas eólicas, mísseis, satélites, dentre outros produtos.
O Brasil possui a segunda maior reserva conhecida de terras raras do mundo, mas enfrenta o desafio de desenvolver uma cadeia produtiva completa, uma vez que os produtos derivados desses minerais, de maior valor agregado, exigem tecnologias avançadas e processos complexos. A estimativa é iniciar o processamento em 2026.
Atividade Econômica
O volume de vendas do setor varejista no Estado de São Paulo diminuiu após dois aumentos consecutivos. A variação acumulada no ano continua apresentando queda, sendo maior do que a observada para o Brasil.
Em setembro de 2025, o volume de vendas no comércio varejista ampliado no Estado de São Paulo, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou queda de 1,6% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a setembro, o volume de vendas do comércio varejista ampliado paulista caiu 3,1%, o que é muito maior do que a observada no País (-0,3%). As maiores variações ocorreram no Amapá (+6,9%), na Paraíba (+5,1%), no Maranhão (-2,0%) e em Goiás (-2,6%). E dentro das subcategorias analisadas pelo IBGE, os destaques negativos foram o setor de móveis (-23,1%), o de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-15,8%) e o de veículos, motocicletas, partes e peças (-6,2%), enquanto os destaques positivos foram os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+14,4%), os eletrodomésticos (+9,3%) e os tecidos, vestuário e calçados (+6,0%).
O volume de serviços no Estado de São Paulo apresentou variação mensal positiva. E a variação acumulada no ano continua com um bom resultado positivo, e maior do que a registrada no Brasil. Já as atividades turísticas continuam com uma variação acumulada no ano positiva, igual à observada no País.
Em setembro de 2025, o volume de serviços no Estado de São Paulo, medido pelo IBGE, registrou uma alta de 1,1% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a setembro, o volume de serviços prestados subiu 4,4%. A média do País foi de +2,8%. As maiores variações positivas ocorreram no Distrito Federal (+7,5%) e em Tocantins (+5,7%), enquanto as maiores variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-4,4%) e no Acre (-3,8%). Dentre as atividades analisadas pelo IBGE, os destaques positivos no Estado ficaram no setor de serviços de informação e comunicação (+9,6%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (+6,1%). Já as atividades turísticas no Estado cresceram 5,7% no acumulado do ano.
A produção industrial no Estado de São Paulo apresentou variação mensal negativa após dois meses consecutivos de alta. A variação acumulada no ano apresenta resultado negativo desde abril deste ano, em contraste com o resultado positivo registrado para o País desde outubro de 2023.
Em setembro de 2025, a produção industrial no Estado de São Paulo, medida pelo IBGE, registrou queda de 0,4% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a setembro, a produção industrial caiu 1,8%. Já a produção industrial nacional registrou uma alta de 1,0%, na mesma base de comparação. Os maiores resultados positivos na produção industrial foram observados no Espírito Santo (+7,5%) e no Pará (+4,9%), enquanto os maiores resultados negativos ocorreram no Rio Grande do Norte (-13,1%) e em Mato Grosso (-7,1%). O resultado das indústrias extrativas no Estado foi de -14,3%, enquanto o da indústria de transformação foi de -1,5%. E, dentre as indústrias de transformação, a maior variação negativa ocorreu no setor de fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-21,6%), enquanto a maior variação positiva ocorreu no setor de fabricação de produtos têxteis (+17,3%).

Os dados sobre a produção do comércio, dos serviços e da indústria, apresentados pelo IBGE, referem-se a setembro de 2025. Logo, ainda não refletem os acontecimentos apresentados no início deste Boletim.
Emprego
O emprego formal e o salário médio de admissão aumentaram no Estado de São Paulo, mas foram menores do que o observado para o País.
Com base no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em outubro de 2025, o emprego formal no Estado de São Paulo apresentou saldo positivo de 18.456 postos de trabalho, o que representou um aumento de 0,12% no estoque em relação ao mês anterior. Os maiores aumentos ocorreram no Distrito Federal (+1,47%) e em Alagoas (+0,97%), ao passo que Mato Grosso (-0,18%) e Acre (-0,15%) apresentaram variações negativas.
Além disso, o salário médio de admissão aumentou 0,15% e atingiu o valor de R$ 2.597,98.

Na geração de emprego por setor, os destaques ocorreram na locação de mão de obra temporária (+8.789), nos serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas (+2.031), no transporte rodoviário de carga (+3.726), nas atividades de atendimento hospitalar (+2.075), nas atividades de teleatendimento (-1.220), na construção de rodovias e ferrovias (-1.330) e nas atividades de associações de defesa de direitos sociais (-2.731).
E, na divisão por grupo, o saldo de postos de trabalho foi negativo para os homens, para as pessoas com o ensino fundamental completo e incompleto e para as pessoas acima de 29 anos.
No acumulado do ano, o aumento no saldo de postos de trabalho foi de 3,51%, um resultado ligeiramente inferior à média do Brasil, de +3,82%.
Em novembro, também foi divulgada a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do terceiro trimestre de 2025, realizada pelo IBGE. De acordo com a pesquisa, a taxa de desemprego no Estado de São Paulo atingiu 5,2%, o que representa uma diminuição de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao terceiro trimestre de 2024. A taxa de desemprego estimada para o Brasil foi de 5,6%.
A taxa composta de subutilização, resultado da soma da taxa de desemprego, da taxa da força de trabalho potencial e da taxa de subocupação, atingiu 10,7%, o que representa uma redução de 1,6 p.p. em relação ao mesmo trimestre de 2024. Para a média do País, a taxa foi de 13,9%. Essa taxa reflete melhor a subutilização da força de trabalho, isto é, a oferta de trabalho disponível, mas ainda não empregada. Isso porque ela inclui também as pessoas de fora da força de trabalho que gostariam de trabalhar e as de dentro da força de trabalho que gostariam de trabalhar mais.

Por fim, no Estado de São Paulo, o mercado de trabalho ainda apresenta bom desempenho em razão da queda da taxa de desemprego e da melhoria nas condições de inserção no mercado de trabalho, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, apesar de o rendimento real mensal médio ter se mantido estável estatisticamente. A taxa de desemprego e a taxa composta de subutilização ainda são as menores da série histórica, e inferiores quando comparadas com as taxas estimadas para a média do Brasil.
Inflação
O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), medido pelo IPCA, apresentou a menor variação mensal positiva no ano. A variação acumulada dos últimos 12 meses continua acima do teto da meta de inflação de 4,5% ao ano estabelecido pelo Banco Central para o País, e acima da média observada para o Brasil.
Segundo o IBGE, em outubro de 2025, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que reflete a variação no custo de vida das famílias com rendimentos de 1 a 40 salários- mínimos, subiu 0,04% em relação ao mês anterior. Para o País, o variação no custo de vida foi de +0,09%. Na divisão detalhada por item, dentre os maiores aumentos, estão a passagem aérea (+7,98%), o óleo de soja (+4,40%), o cinema, teatro e concertos (+2,40%) e o pacote turístico (+2,20%). Por outro lado, dentre as maiores reduções, estão a energia elétrica (-3,17%), o ovo de galinha (-3,06%), o conserto de automóvel (-2,83%) e o suco em pó (-2,76%). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou aumento de 5,17%. E, assim, voltou a cair, seguindo a tendência de queda observada desde maio deste ano. Para a média do Brasil, o IPCA subiu 4,68%. Os destaques ficaram para o café moído (+50,42%), o transporte por aplicativo (+49,21%), o chocolate e o achocolatido em pó (+25,66%), o óleo de soja (+17,92%), o arroz (-19,93%), o azeite de oliva (-16,32%) e o aparelho de TV (-9,51%).
Já a inflação medida pelo INPC apresentou uma variação mensal negativa pela terceira vez no ano. Na variação acumulada dos últimos 12 meses, após três meses consecutivos com inflação superior à observada no IPCA, o índice voltou a ficar abaixo. Logo, o custo de vida na RMSP aumentou menos para as famílias que possuem, em média, renda menor.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da RMSP, que reflete a variação no custo de vida das famílias com rendimentos de 1 a 5 salários- mínimos, caiu 0,09% no mês. Para o País, o variação no custo de vida foi de +0,03%. Na divisão detalhada por item, os destaques foram a energia elétrica residencial (-3,19%) e o saco de cimento (+2,29%). Os demais produtos em destaque são os mesmos do IPCA. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou aumento de 5,05%. Na média do Brasil, o INPC acumulou um aumento de 4,49%.

Índices de Confiança
A variação mensal do nível de confiança dos consumidores no município de São Paulo mostra uma instabilidade na percepção dos consumidores em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa seis vezes e positiva quatro vezes, alternadamente. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação foi negativa em 2025.
Em outubro de 2025, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou uma alta de 3,1% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (outubro de 2024), o índice registrou uma queda de 6,1%. Para consumidores com até 35 anos de idade, o nível de confiança diminuiu 7,7%, enquanto, para os consumidores com mais de 35 anos, diminuiu 3,0%. O subindicador que reflete a percepção dos consumidores em relação às condições atuais teve uma queda de 3,5%, enquanto o subindicador que reflete as suas expectativas caiu 7,6%.
A variação mensal do nível de confiança dos empresários do comércio no município de São Paulo também mostra uma instabilidade na percepção dos empresários em relação às condições atuais e às suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa seis vezes e positiva quatro vezes, alternadamente. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação é negativa desde fevereiro de 2025. Em outubro, a variação mensal foi positiva, em contraste com o observado para o Brasil (-1,1%), e a variação negativa anual foi pior do que a registrada na média do País (-10,9%).
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), também calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou, em outubro deste ano, uma alta de 1,8% em relação ao mês anterior, mas ainda permanece em um patamar classificado como zona de pessimismo pelos empresários. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (outubro de 2024), o índice registrou uma queda de 13,4%. Na divisão por tipo de produto e por número de empregados, as maiores quedas ocorreram com os empresários produtores de duráveis (-17,2%) e com os que possuem mais de 50 empregados (-14,9%). O subindicador que reflete a percepção dos empresários em relação às condições atuais diminuiu 17,6%, enquanto o subindicador que reflete a estratégia de investimento diminuiu 5,0%. Já o subindicador que reflete as expectativas dos empresários diminuiu 17,4%.
Por fim, a variação mensal do nível de confiança dos empresários da indústria do Estado de São Paulo também mostra uma instabilidade na percepção dos empresários em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa cinco vezes e positiva seis vezes, alternadamente. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação foi negativa em 2025.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (ICEI-SP), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou, em novembro de 2025, uma alta de 1,1% em relação ao mês anterior. O indicador ainda evidencia pessimismo entre os empresários. No entanto, a alta no indicador representa uma diminuição desse pessimismo. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (novembro de 2024), o índice registrou uma queda de 7,1%. O subindicador que reflete as condições atuais teve uma redução de 7,3%, e o subindicador que reflete as expectativas para os próximos seis meses teve uma redução de 5,1%.

Os dados sobre o nível de confiança dos empresários paulistas da indústria, calculados pela FIESP, são de novembro de 2025. Logo, já refletem os acontecimentos que serão apresentados no final deste Boletim.
Perspectiva
A variação mensal da intenção de consumo das famílias do município de São Paulo evidencia instabilidade. Em 2025, a variação mensal foi negativa cinco vezes e positiva cinco vezes, alternadamente. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação foi positiva pela primeira vez no ano, contribuindo para esse resultado as famílias com renda de até 10 salários-mínimos, especialmente em relação ao acesso ao crédito e à perspectiva de consumo. Esse resultado contrasta com o observado na média do Brasil, com redução de -1,9%.
Em outubro de 2025, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF-SP), calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou alta de 1,1% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (outubro de 2024), o índice registrou alta de 2,1%. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos (SMs), o índice aumentou 5,1%, em contraste com a diminuição de 5,1% para as famílias com renda acima de 10 SMs. Dentre os sete itens avaliados, as diferenças por renda são muito grandes. Por exemplo, o acesso ao crédito e a perspectiva de consumo para as famílias com renda de até 10 SMs aumentaram 16,9% e 16,5%, respectivamente, ao passo que, para as famílias com renda acima de 10 SMs, diminuíram 6,6% e 18,6%, respectivamente. Já o momento para compra de bens duráveis diminuiu para os dois grupos de renda, -8,2% para as famílias com renda de até dez SMs e –11,0% para as famílias com renda acima de 10 SMs.
Pelo lado da oferta, a variação mensal do interesse pela expansão do comércio na Região Metropolitana de São Paulo foi positiva, após dois meses consecutivos de queda. Vale destacar que a variação foi positiva apenas três vezes em 2025. E, no mesmo mês do ano anterior, a variação foi positiva apenas duas vezes.
O Índice de Expansão do Comércio (IEC-SP), também calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou um aumento de 3,7% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (outubro de 2024), o índice registrou queda de 7,7%. Dentre os seus dois componentes, a expectativa de contratação de funcionários diminuiu 10,5% e o nível de investimento das empresas diminuiu 4,1%.

Em razão da data de publicação deste boletim, algumas notícias já podem impactar os indicadores econômicos de novembro, que serão divulgados no próximo mês.
O presidente Lula sancionou a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais e reduz a alíquota para rendimentos até R$ 7.350. A lei entrará em vigor em janeiro de 2026 e beneficiará cerca de 15 milhões de brasileiros. Como compensação, as pessoas de alta renda pagarão mais IR.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, pela terceira vez seguida, manter a taxa de juros em 15% ao ano.
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A decisão impediu que a instituição fosse vendida ao Grupo Fictor, que havia manifestado interesse na aquisição, e ocorreu no mesmo dia em que o dono do banco, Daniel Vorcaro, foi preso pela Política Federal (PF) em São Paulo. O dono é acusado de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu a tarifa de 10%, imposta em abril, para todos os parceiros comerciais dos EUA, sobre diversos produtos agrícolas, como café, açaí, banana, laranja e diversos cortes de carne bovina. Uma semana depois, os EUA suspenderam a tarifa de 40%, imposta em agosto, sobre 249 produtos importados do Brasil, como café, açaí, tomate, manga, banana, cacau e diversos cortes de carne bovina.
E, por fim, a China suspendeu a proibição de compra de carne de frango do Brasil. A medida tinha sido adotada em maio deste ano, quando foi registrada em uma granja comercial no município gaúcho de Montenegro, uma contaminação por gripe aviária.
Para mais detalhes de alguns indicadores apresentados, inclusive com outras medidas de variação, acesse o site.
Expediente CECON
Coordenação
Allexandro Emmanuel Mori Coelho, Professor Doutor
Equipe Econômica
Jobson Monteiro de Souza, Professor Doutor
Rafael Barišauskas, Professor Mestre
Termo de isenção de responsabilidade
Este relatório foi preparado pela equipe integrante do Centro de Estudos em Conjuntura Econômica (CECON) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), utilizando os melhores esforços dos responsáveis. As informações foram obtidas através de fontes públicas críveis, e estão sujeitas a revisões sem aviso prévio. O CECON e a FECAP não se responsabilizam por quaisquer decisões econômicas ou de investimento tomadas com base nas informações deste relatório. O conteúdo deste relatório é livre, não podendo ser comercializado ou monetizado por terceiros de nenhuma forma. Este produto possui caráter exclusivamente informativo e não deverá ser usado para constituir qualquer decisão de compra ou venda de ativos ou produtos ou de investimento.