US GAAP x IFRS: entenda as diferenças entre os principais padrões contábeis do mundo

Você já parou para pensar que uma mesma empresa pode apresentar números diferentes dependendo do país onde divulga seus resultados? A explicação está nas normas contábeis utilizadas. O US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles), aplicado principalmente nos Estados Unidos, é um conjunto de regras estritas e detalhadas. Já o IFRS (International Financial Reporting Standards), adotado por mais de 140 países, é baseado em princípios gerais, o que dá mais flexibilidade para os profissionais contábeis na sua aplicação.

Apesar de ambas as normas tratarem da forma como as empresas apresentam suas informações financeiras, elas têm diferenças fundamentais. Essas diferenças impactam diretamente a comparabilidade de informações financeiras entre empresas globais. O IFRS segue uma lógica mais flexível, baseada em princípios. Isso significa que, enquanto o US GAAP fornece respostas mais rígidas e padronizadas, o IFRS dá margem para interpretações mais ajustadas à realidade de cada empresa.

Essa diferença de abordagem tem implicações diretas na análise de dados contábeis. Por exemplo: duas empresas idênticas, uma reportando segundo o US GAAP e outra sob o IFRS, podem apresentar lucros, dívidas ou valores de ativos diferentes — mesmo que seus negócios sejam parecidos. Isso dificulta a comparação direta entre empresas globais.

“Um investidor pode encontrar variações nos números apresentados por duas companhias do mesmo setor, sendo uma regida pelo US GAAP e outra pelo IFRS, mesmo que elas sejam operacionalmente muito semelhantes”, explica o professor Jorge Eduardo Scarpin.

O especialista tem larga atuação acadêmica nos Estados Unidos, Malásia e Brasil, e ministrará o curso presencial inédito “IFRS e USGAAP: Diferenças e Similaridades” para alunos da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) durante o mês de junho.

Segundo o especialista, entre 2002 e 2014, houve um esforço global para harmonizar os dois sistemas. Os órgãos responsáveis por essas normas (FASB e IASB) trabalharam em conjunto para aproximar os padrões contábeis, especialmente em áreas como receitas, arrendamentos e instrumentos financeiros. Desde então, a prioridade tem sido garantir compatibilidade suficiente para que usuários possam comparar demonstrações contábeis com confiabilidade, ainda que haja diferenças estruturais entre as normas.

‘Hoje, o foco é garantir uma compatibilidade suficiente para facilitar a leitura e interpretação das demonstrações financeiras, mesmo que as normas sigam caminhos distintos”, acrescenta o professor.

Para os profissionais de contabilidade que desejam atuar na área, Scarpin diz que “a fluência em inglês é essencial, já que as normas US GAAP são publicadas apenas nessa língua, e mesmo o IFRS, apesar de traduzido, tem suas principais discussões feitas em inglês”, destaca o docente.

Profissionalização – a FECAP oferece uma pós-graduação completa em Contabilidade Empresarial com IFRS e US GAAP, voltada a profissionais que desejam atuar em empresas com operações internacionais ou que exigem domínio técnico desses dois padrões contábeis. O curso tem foco prático e prepara os alunos para interpretar e aplicar as normas em contextos reais, com ênfase em estudos de caso e comparações entre empresas brasileiras e estrangeiras. Com corpo docente experiente e currículo atualizado, a especialização contribui para a formação de contadores preparados para os desafios do ambiente global de negócios. Saiba mais sobre o curso no link: clique aqui.

O especialista: Jorge Eduardo Scarpin possui extenso currículo internacional, o professor Scarpin é Doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA-USP, atuando como Associate Professor e Department Chair na Offutt School of Business e Concordia College (EUA). É também editor associado da Revista Brasileira de Gestão de Negócios (RBGN), da FECAP, e criador do canal “Accounting Hub by Dr. Scarpin” no YouTube.