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Confira o boletim CECON FECAP de Outubro de 2025

Crédito da foto: Imagem de freepik Este boletim reúne um conjunto de dados disponíveis para o Estado de São Paulo e sua capital, além das...
Imprensa | 14/11/2025
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Crédito da foto: Imagem de freepik

Este boletim reúne um conjunto de dados disponíveis para o Estado de São Paulo e sua capital, além das principais notícias, com o intuito de ajudar na compreensão da situação econômica da região, bem como na formação de expectativas por parte dos empresários e consumidores.

Os dados de agosto mostram uma variação mensal nas atividades econômicas no sentido contrário da variação acumulada no ano, que segue ainda a mesma trajetória: uma queda na produção industrial e de comércio, em contraste com uma alta na produção de serviços.

Já os dados de setembro demonstram um crescimento persistente no emprego formal. Além disso, na variação acumulada dos últimos 12 meses, o custo de vida continua crescendo mais do que a média observada para o País, e  esse aumento no custo de vida foi maior para as famílias que possuem, em média, uma renda menor. O percentual de famílias endividadas, com contas em atraso e que não terão condições de pagar suas dívidas aumentou. E, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o interesse na expansão do comércio e a intenção de consumo das famílias diminuíram.

Ainda com base nos dados de setembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o nível de confiança dos consumidores e o nível de confiança dos empresários do comércio diminuíram. E os dados de outubro mostram que o nível de confiança dos empresários da indústria também diminuiu.

Notícias de Setembro – Referência para os Dados

No começo de setembro, foi realizado o leilão para a construção do túnel que vai ligar Santos ao Guarujá, no litoral paulista. A concessionária vencedora do leilão, o grupo português Mota-Engil, ficará responsável pela construção, operação e manutenção do túnel por um período de 30 anos. A obra é estimada em R$ 6,8 bilhões. O investimento será dividido entre o Governo de São Paulo, o Governo Federal e a iniciativa privada. O túnel é a maior obra do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e será a primeira travessia submersa do Brasil, com 1,5 km de extensão.

O Governo Federal lançou o programa “Gás do Povo”, que garantirá gás de cozinha gratuito às famílias de baixa renda. O programa substituirá o Auxílio Gás, e a estimativa é atender cerca de 15,5 milhões de famílias e distribuir 65 milhões de botijões. A região Nordeste irá contemplar a maior parte das famílias beneficiadas, com 7,1 milhões, seguida da região Sudeste com 4,4 milhões. O benefício será para as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda mensal per capita de até meio salário-mínimo, com prioridade para aquelas que recebem o Bolsa Família.

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal aprovaram a Medida Provisória (MP) que trata da conta de luz gratuita ou com desconto para as famílias de baixa renda. A tarifa será gratuita para as famílias que consomem até 80 kWh. Se o consumo passar desse valor, a família paga apenas a diferença. A estimativa é beneficiar 60 milhões de brasileiros. O benefício será financiado por um fundo chamado Conta de Desenvolvimento Enérgico (CDE), financiado por todos os outros consumidores de energia do País. Além disso, a MP inclui outras mudanças no mercado de energia, como um desconto para as dívidas de geradoras hidrelétricas com a União, que implicará uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 4 bilhões.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) extinguiu 44 mil cargos públicos “obsoletos” do Governo Federal, sem prejuízo ao funcionamento da “máquina pública”. Os trabalhadores já contratados não serão demitidos, mas não serão mais feitos concursos públicos para esses cargos. Uma parte continuará trabalhando até se aposentar, enquanto outros serão transferidos para outros cargos através de recapacitação. A medida não tem impacto orçamentário imediato, mas irá gerar um ganho de produtividade no futuro com a redução da necessidade de contratação de novos servidores.

A produção de grãos no Brasil atingiu a marca de 350 milhões de toneladas na safra de 2024/2025, um aumento de 16,3% em comparação à safra anterior. Esse resultado foi influenciado pelas condições climáticas favoráveis, pelo uso crescente de tecnologia e pela expansão de 1,9 milhão de hectares de área cultivada. Os produtos que se destacaram foram soja, milho, algodão, arroz e feijão. Com esse nível recorde de produção de grãos, a expectativa é de redução dos seus preços no mercado interno.

Após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central manteve neste mês a taxa básica de juros em 15% ao ano. A justificativa é que o ambiente externo se mantém incerto, por conta da política comercial dos EUA; já no cenário interno, o mercado de trabalho continua aquecido e a expectativa de inflação continua acima da meta.

No âmbito externo, a União Europeia reconheceu o Brasil como livre de gripe aviária e permitiu o retorno das exportações de carne de frango para o bloco. No total, 41 países já retiraram o embargo. Entretanto, Canadá, China, Malásia, Paquistão e Timor-Leste ainda mantêm o embargo às importações de carne de frango do Brasil.

E o Governo dos Estados Unidos divulgou que a maior parte das exportações brasileiras de celulose e de ferro-níquel está livre das tarifas impostas em abril e julho deste ano. As exportações desses produtos representam 4,6% do total exportado para os EUA. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), 34,9% das exportações brasileiras para os EUA estão sujeitas às tarifas adicionais de 50%, enquanto 16,7% possuem tarifas adicionais de 10% e 23,3% com as mesmastarifas adicionais aplicadas a todos os países. Logo, 25,1% das exportações brasileiras estão livres de tarifas adicionais.

Ademais, o Mercosul – que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) – que inclui Suíça, Islândia, Noruega e Liechtenstein – assinaram o Acordo de Livre Comércio entre as duas regiões.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por cinco crimes cometidos. Após a condenação, a expectativa era de novas sanções comerciais por parte do Governo dos EUA. Entretanto, elas ainda não ocorreram. Ao contrário, no final do mês, na assembleia geral da ONU, o presidente americano Donald Trump mostrou simpatia pelo presidente Lula e sinalizou interesse em marcar uma reunião.

Para amenizar os efeitos das tarifas impostas pelos EUA ao mercado de café brasileiro, o Governo do Estado de São Paulo, por meio do Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS), aumentou a compra pública de café das cooperativas paulistas. O programa conta com 30 cooperados, e já foram adquiridas 8 toneladas do grão torrado e moído em 2025. O produto foi enviado para hospitais, escolas, penitenciárias e outras entidades da Administração Pública. O PPAIS movimentou, em 2025, por volta de R$ 36,5 milhões em aquisições da agricultura familiar, um aumento de 71% em relação a 2024.

O Banco do Povo Paulista (BPP), um programa de microcrédito do Governo do Estado de São Paulo, concedeu, de 2023 a 2025, R$ 538,3 milhões, através de 34,1 mil operações, para micro, pequenos e médios empreendedores formais e informais do Estado. O banco possui três linhas de crédito: Empreenda Rápido, Empreenda Mulher e Empreenda Afro. O crédito pode ser usado para capital de giro, reformas, compra de matéria-prima, maquinários e ferramentas. Dentre os setores beneficiados, estão o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios; cabeleireiros, manicure e pedicure; lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares; e atividade de estética e outros serviços de cuidados com a beleza. No primeiro semestre de 2025, já foram concedidos R$ 78 milhões, através de 4,9 mil operações.

De acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados, de 2025, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), uma organização suprapartidária, São Paulo é o estado mais competitivo do Brasil. O indicador é elaborado com base em 100 indicadores divididos em dez temas: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. As maiores pontuações por tema foram para educação e infraestrutura, enquanto as menores foram para potencial de mercado e solidez fiscal. A Organização também realiza um ranking dos municípios, e São Paulo ficou na terceira colocação em 2025.

Atividade Econômica

O volume de vendas do setor varejista no Estado de São Paulo registrou pela segunda vez consecutiva variação mensal positiva. No entanto, o Estado continua apresentando queda na variação acumulada no ano, maior do que a observada para o Brasil.

Em agosto de 2025, o volume de vendas no comércio varejista ampliado no Estado de São Paulo, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 2,0% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto, o volume de vendas do comércio varejista ampliado paulista caiu 3,1%, queda muito maior do que a observada para o País (-0,4%). As maiores variações ocorreram no Amapá (+6,5%), na Paraíba (+5,1%), no Maranhão (-2,6%) e em Goiás (-3,8%). E dentro das subcategorias analisadas pelo IBGE, os destaques negativos foram o setor de móveis (-23,8%), o de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-17,3%) e o de veículos, motocicletas, partes e peças (-5,3%), enquanto os destaques positivos foram os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (+12,0%), os eletrodomésticos (+8,3%) e os tecidos, vestuário e calçados (+6,6%).

O volume de serviços no Estado de São Paulo apresentou variação mensal negativa. No entanto, a variação acumulada no ano continua com um bom resultado positivo, e maior do que a registrada no Brasil. Já as atividades turísticas continuam com uma variação acumulada no ano positiva e quase igual à observada para o País.

Em agosto de 2025, o volume de serviços no Estado de São Paulo, medido pelo IBGE, registrou queda de 1,0% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto, o volume de serviços prestados subiu 4,3%. A média do País foi de +2,6%. As maiores variações positivas ocorreram no Distrito Federal (+6,4%) e no Mato Grosso do Sul (+6,1%), enquanto as maiores variações negativas ocorreram no Rio Grande do Sul (-5,8%) e no Acre (-3,2%). Dentro das atividades analisadas pelo IBGE, os destaques positivos no Estado ficaram para o setor de serviços de informação e comunicação (+10,0%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (+6,3%). Já as atividades turísticas no Estado cresceram 5,9% no acumulado do ano.

A produção industrial no Estado de São Paulo apresentou pela segunda vez consecutiva uma variação mensal positiva. Todavia, a variação acumulada no ano apresenta um resultado negativo desde abril deste ano, diferente do resultado positivo registrado para o País desde outubro de 2023.

Em agosto de 2025, a produção industrial no Estado de São Paulo, medida pelo IBGE, registrou alta de 0,8% em relação ao mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto, a produção industrial caiu 1,9%. Já a produção industrial nacional registrou alta de 0,9% na mesma base de comparação. Os maiores resultados positivos para a produção industrial foram observados no Espírito Santo (+6,1%) e no Pará (+5,0%), enquanto os maiores resultados negativos ocorreram no Rio Grande do Norte (-16,3%) e em Pernambuco (-7,3%). O resultado das indústrias extrativas no Estado foi de -14,3%, enquanto para a indústria de transformação foi de -1,7%. E, dentre as indústrias de transformação, a maior variação negativa ocorreu no setor de fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-22,5%), enquanto a maior variação positiva ocorreu no setor de fabricação de produtos têxteis (+16,2%).

Os dados sobre a produção do comércio, de serviços e da indústria, apresentados pelo IBGE, são de agosto de 2025. Logo, ainda não refletem os acontecimentos apresentados no início deste Boletim.

Emprego

O emprego formal no Estado de São Paulo aumentou, mas foi menor do que o observado para o País.

Com base no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em setembro de 2025, o emprego formal no Estado de São Paulo apresentou saldo positivo de 49.052 postos de trabalho, o que representou aumento de 0,3% no estoque em relação ao mês anterior. Os maiores aumentos ocorreram em Alagoas (+3,0%) e em Sergipe (+1,7%), enquanto os menores ocorreram no Rio Grande do Sul (+0,1%) e no Mato Grosso do Sul (+0,2%). No acumulado do ano, o aumento foi de 3,4%, um resultado um pouco menor do que média do Brasil, de +3,6%.

Na geração de emprego por setor, os destaques ocorreram no transporte rodoviário de carga (+5.489), na construção (+4.059), nos restaurantes e outros serviços de alimentação e bebidas (+3.183) e nos serviços de engenharia (+2.090).

E, por fim, novamente, o saldo positivo de postos de trabalho foi muito maior para as mulheres, para as pessoas com o ensino médio completo e com idade de 18 a 24 anos.

Inflação

O custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), medido pelo IPCA, apresentou a terceira maior variação mensal positiva no ano. Assim, a variação acumulada dos últimos 12 meses continua acima do teto da meta de inflação de 4,5% ao ano estabelecido pelo Banco Central para o País, e acima da média observada para o Brasil.

Segundo o IBGE, em setembro de 2025, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), que reflete a variação no custo de vida das famílias com rendimentos de 1 a 40 saláriosmínimos, subiu 0,57% em relação ao mês anterior. Para o País, o variação no custo de vida foi de +0,48%. Na divisão mais detalhada por item, dentre os maiores aumentos, estão a energia elétrica residencial (+10,62%), o cinema, teatro e concertos (+4,35%), o pacote turístico (+3,39%) e o óleo de soja (+3,12%). Por outro lado, dentre as maiores reduções, estão o fogão (-5,61%), o ovo de galinha (-3,89%), o azeite de oliva (-2,42%) e o arroz (-2,20%). Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou aumento de 5,83%. E, portanto, reverteu a tendência de queda observada desde maio deste ano. Para a média do Brasil, o IPCA acumulou aumento de 5,17%. Os destaques ficaram para o café moído (+57,72%), o cigarro (+25,44%), a energia elétrica residencial (+17,76%), o conserto de automóvel (+16,01%), a passagem aérea (-8,06%), o azeite de oliva (-15,68%) e o arroz (-18,53%).

Já a inflação medida pelo INPC voltou a apresentar uma variação mensal positiva, depois de uma queda no mês anterior. Na variação acumulada dos últimos 12 meses, ela foi, pelo terceiro mês consecutivo, maior do que a registrada pelo IPCA. Logo, o custo de vida na RMSP aumentou mais para as famílias que possuem, em média, uma renda menor.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), da RMSP, que reflete a variação no custo de vida das famílias com rendimentos de 1 a 5 salários-mínimos, subiu 0,75% no mês. Para o País, o variação no custo de vida foi de +0,52%. Na divisão mais detalhada por item, o destaque foi a energia elétrica residencial (+11,49%). Os demais produtos em destaque são os mesmos do IPCA, exceto o azeite de oliva. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou aumento de 6,06%. Para a média do Brasil, o INPC acumulou aumento de 5,10%.

Endividamento

No município de São Paulo, o percentual de famílias endividadas, com contas em atraso e que não terão condições de pagar suas dívidas cresceu em relação ao mês anterior e em relação ao mesmo mês do ano anterior. Ademais, esses resultados continuam sendo melhores na comparação com os números apresentados para o Brasil.

Em setembro de 2025, a Pesquisa de Endividamento e Intenção de Consumo das Famílias (PEIC-SP), realizada pela FECOMÉRCIO-SP, apontou que o percentual de famílias endividadas atingiu 72,65%, um aumento de 1,18 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior e de 4,52 p.p. em comparação a setembro de 2024. Para as famílias com renda até dez salários-mínimos, o percentual é de 76,03%,enquanto para as famílias com renda maior de dez salários-mínimos, 62,89%.

Já a proporção de famílias com dívidas em atraso foi de 22,71%, com um aumento de 0,05 p.p. em relação ao mês anterior e de 3,76 p.p. em comparação a setembro de 2024. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos (27,16%), ao passo que para as famílias com renda maior de dez salários-mínimos (11,52%).

E, por fim, o percentual de famílias que não terão condições de pagar as dívidas atingiu 9,59%, um aumento de 0,30 p.p. em relação ao mês anterior e de 1,35 p.p. em comparação a setembro de 2024. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos (12,10%), em contraste com as famílias com renda superior a dez salários-mínimos (4,10%).

Índices de Confiança

A variação mensal do nível de confiança dos consumidores no município de São Paulo mostra uma instabilidade na percepção dos consumidores em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa seis vezes e positiva três vezes, de forma alternada. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação foi somente negativa em 2025.

Em setembro de 2025, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou uma queda de 1,5% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (setembro de 2024), o índice registrou uma queda de 10,6%. Para os homens, o nível de confiança diminuiu 7,5%, enquanto para as mulheres diminuiu 13,7%. Já para os consumidores com renda de até dez salários-mínimos (SMs), o índice diminuiu 11,8%, ao passo que para os consumidores com renda acima de 10 SMs diminuiu 8,1%. O subindicador que reflete a percepção dos consumidores em relação às condições atuais teve uma queda de 9,4%, enquanto o subindicador que reflete as suas expectativas caiu 11,3%.

A variação mensal do nível de confiança dos empresários do comércio no município de São Paulo também mostra uma instabilidade na percepção dos empresários em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa seis vezes e positiva três vezes, de forma alternada. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação é negativa desde fevereiro de 2025. Em setembro, a variação negativa mensal e a anual foram piores do que a registrada na média do País.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), também calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou em setembro deste ano uma queda de 8,1% em relação ao mês anterior, o que levou o índice a um patamar caracterizado como zona de pessimismo por parte dos empresários. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (setembro de 2024), o índice registrou uma queda de 13,9%. Na divisão por tipo de produto e por número de empregados, as maiores quedas ocorreram com os empresários produtores de duráveis (-19,6%) e para os que possuem mais de 50 empregados (-18,5%). O subindicador que reflete a percepção dos empresários em relação às condições atuais diminuiu 15,7%, enquanto o subindicador que reflete a estratégia de investimento teve uma diminuição de 5,7%. Já o subindicador que reflete as expectativas dos empresários diminuiu 19,0%.

Por fim, a variação mensal do nível de confiança dos empresários da indústria do Estado de São Paulo também mostra uma instabilidade na percepção dos empresários em relação às condições atuais e as suas expectativas. Em 2025, a variação mensal foi negativa cinco vezes e positiva cinco vezes, de forma alternada. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação foi somente negativa em 2025.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (ICEI-SP), calculado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), registrou, em outubro de 2025, uma alta de 3,7% em relação ao mês anterior. O indicador ainda apresenta um pessimismo por parte dos empresários. No entanto, a alta no indicador representa uma diminuição desse pessimismo. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (outubro de 2024), o índice registrou uma queda de 10,9%.

O subindicador que reflete as condições atuais teve uma redução de 10,7%, e o subindicador que reflete as expectativas para os próximos seis meses teve uma redução de 8,4%.

Os dados sobre o nível de confiança dos empresários paulistas da indústria, calculados pela FIESP, são de outubro de 2025. Logo, já refletem os acontecimentos que serão apresentados no final deste Boletim.

Perspectiva

A variação mensal da intenção de consumo das famílias do município de São Paulo mostra uma instabilidade. Em 2025, a variação mensal foi negativa cinco vezes e positiva quatro vezes, de forma alternada. Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, a variação foi somente negativa em 2025. Porém, em relação a setembro de 2024, a diminuição não foi tão grande quanto a observada para a média do Brasil (-1,9%). O destaque foi a contribuição das famílias com renda acima de 10 salários-mínimos para o resultado negativo do último mês.

Em setembro de 2025, o Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF-SP), calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou queda de 0,4% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (setembro de 2024), o índice registrou uma queda de 0,1%. Para as famílias com renda de até dez salários-mínimos (SMs), o índice aumentou 2,6%, em contraste com a diminuição de 6,7% para as famílias com renda acima de 10 SMs. Dentre os sete itens avaliados, as diferenças por renda são muito grandes. Por exemplo, o acesso ao crédito e a perspectiva de consumo para as famílias com renda de até dez SMs aumentaram 12,9% e 10,8%, respectivamente, ao passo que para as famílias com renda acima de 10 SMs diminuíram 4,1% e 20,8%, respectivamente. Já o momento para compra de bens duráveis diminuiu para os dois grupos de renda, -9,9% para as famílias com renda de até dez SMs e –18,1% para as famílias com renda acima de 10 SMs.

Pelo lado da oferta, a variação mensal do interesse na expansão do comércio na Região Metropolitana de São Paulo foi negativa pelo segundo mês consecutivo. Vale destacar que essa variação foi positiva apenas duas vezes em 2025. E, em relação ao mesmo mês do ano anterior, a queda no interesse na expansão do comércio foi a maior registrada no ano de 2025.

O Índice de Expansão do Comércio (IEC-SP), também calculado pela FECOMÉRCIO-SP, registrou uma diminuição de 4,4% em relação ao mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (setembro de 2024), o índice registrou queda de 8,2%. Dentre os seus dois componentes, a expectativa para contratação de funcionários diminuiu 12,3% e o nível de investimento das empresas diminuiu 2,9%.

Em razão da data de publicação deste boletim, algumas notícias já podem impactar os indicadores econômicos de outubro, que serão divulgados no próximo mês.

No começo de outubro, foi aprovado por unanimidade pela Câmara dos Deputados a ampliação da faixa de isenção do Imposto do Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a redução da alíquota para rendimentos até R$ 7.350. Porém, devido à estimativa de perda de arrecadação, ainda é necessário aprovar um projeto complementar para não colocar em risco a neutralidade fiscal. A proposta é criar uma alíquota mínima de IR de até 10% sobre rendas superiores a R$ 600 mil anuais e tributar lucros e dividendos. Os projetos foram para votação no Senado.

Ainda no começo do mês, para compensar a perda de arrecadação por conta da revogação do decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Governo precisava que a Medida Provisória (MP) que trata sobre tributação de aplicações financeiras e apostas esportivas, além de outros pontos, fosse aprovada até 8 de outubro. No entanto, ela perdeu a eficácia, pois foi rejeitada pela Câmara dos Deputados. Em razão da dificuldade para fechar as contas públicas, o Governo adiou a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.

Além disso, em outubro o Governo Federal anunciou um novo modelo de crédito imobiliário destinado à classe média. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) reduziu a bandeira tarifária para vermelha patamar 1. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) autorizou a Petrobras a perfurar poços para pesquisa exploratória na bacia sedimentar da Foz do Amazonas, conhecida como Margem Equatorial. E a Petrobras anunciou uma redução de 4,9% no preço da gasolina para as distribuidoras. No entanto, o preço para o consumidor final depende também de outros custos, como a mistura com o etanol, o frete, os impostos e a margem de lucro dos postos.

No plano internacional, o governo de Israel e o Hamas realizaram a soltura de reféns como parte da primeira fase do plano de paz na Faixa de Gaza.

O mês também foi marcado por uma nova escalada nas tensões comerciais entre EUA e a China. A China ampliou os controles de exportação de produtos de terras raras, insumos essenciais para a indústria de tecnologia americana. O governo dos EUA anunciou, como retaliação, uma nova tarifa de 100% sobre os produtos chineses e novos controles para exportação de softwares críticos. No final do mês, os países anunciaram uma trégua comercial de um ano, com redução de tarifas, suspensão de sanções comerciais e cooperação no comércio agrícola e de fentanil.

Depois do primeiro contato na assembleia geral da ONU, o presidente americano, Donald Trump, e o presidente Lula conversaram por telefone duas semanas depois. O objetivo foi iniciar um diálogo entre os dois chefes de Estado para destravar as negociações sobre tarifas, investimentos e cooperação econômica. Os dois conversaram pessoalmente na Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia. Dado o passo político, a expectativa é avançar na parte técnica das negociações.

Para mais detalhes de alguns indicadores apresentados, inclusive com outras medidas de variação, acessem: https://pesquisa.fecap.br/cecon/.

Expediente CECON
Coordenação
Allexandro Emmanuel Mori Coelho, Professor Doutor
Equipe Econômica
Jobson Monteiro de Souza, Professor Doutor
Rafael Barišauskas, Professor Mestre

Termo de isenção de responsabilidade

Este relatório foi preparado pela equipe integrante do Centro de Estudos em Conjuntura Econômica (CECON) da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), utilizando os melhores esforços dos responsáveis. As informações foram obtidas através de fontes públicas críveis, e estão sujeitas a revisões sem aviso prévio. O CECON e a FECAP não se responsabilizam por quaisquer decisões econômicas ou de investimento tomadas com base nas informações deste relatório. O conteúdo deste relatório é livre, não podendo ser comercializado ou monetizado por terceiros de nenhuma forma. Este produto possui caráter exclusivamente informativo e não deverá ser usado para constituir qualquer decisão de compra ou venda de ativos ou produtos ou de investimento.

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