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Do networking ao desabafo: como se posicionar no LinkedIn sem comprometer sua imagem profissional

Foto: Freepik Não é incomum abrir o feed do LinkedIn e se deparar com posts de desabafos e críticas entre candidatos e recrutadores. De um lado,...
Imprensa | 12/11/2025
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Foto: Freepik

Não é incomum abrir o feed do LinkedIn e se deparar com posts de desabafos e críticas entre candidatos e recrutadores. De um lado, profissionais relatam processos seletivos cansativos frustrantes (como muitas etapas, exigências absurdas, falta de transparência e retorno). Do outro, gestores de RH expõem reclamações com candidatos despreparados ou com expectativas fora da realidade.

Segundo o professor Marcelo Treff, especialista em gestão de carreira da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), essa “guerra de posts” é reflexo das transformações sociais e emocionais no mercado, e revela um novo fenômeno no ambiente de trabalho: a necessidade de falar — e ser ouvido — sobre as dores do mundo corporativo. Além disso, nunca é demais ressaltar que as relações de trabalho são um reflexo das relações sociais, em qualquer lugar do mundo.

“Os desabafos no LinkedIn são sintomas de um ambiente corporativo tensionado, em que as pessoas se sentem exaustas e pouco escutadas. Quando recorrem às redes, buscam um espaço de acolhimento e visibilidade que muitas vezes não encontram dentro das organizações”, explica o docente.

Treff observa que, embora a exposição possa gerar empatia, e contribuir para o networking, ela também traz riscos para a reputação profissional. “É importante lembrar que, embora o LinkedIn seja uma vitrine, é uma rede social profissional. Portanto, a forma como alguém se posiciona ali pode fortalecer ou fragilizar sua imagem no mundo do trabalho. O desabafo pode ser legítimo, mas precisa vir acompanhado de responsabilidade e autocrítica”, orienta o professor.

De acordo com o especialista, o cenário aponta para um problema mais profundo: a falta de diálogo entre empresas e profissionais. “Cada post viral é um sinal de que a relação entre gestão e colaboradores precisa ser revista. As empresas que souberem interpretar esses desabafos como indicadores de insatisfação poderão repensar suas práticas de liderança, feedback e reconhecimento”, afirma Treff.

Para o professor da FECAP, o ideal é que o debate se desloque das redes para dentro das organizações. “As redes sociais podem abrir conversas importantes, mas o verdadeiro progresso acontece quando a escuta ativa se torna parte da cultura interna. É isso que transforma um desabafo em aprendizado coletivo”, conclui.

Boas práticas para se posicionar no LinkedIn

O professor da FECAP lista, abaixo, dicas para se posicionar na rede social sem comprometer sua imagem profissional

1. Tenha clareza de propósito antes de postar (a comunicação é irreversível)

Pergunte-se: por que estou publicando isso? Se o objetivo for compartilhar conhecimento, inspirar ou construir diálogo profissional, o conteúdo provavelmente é adequado. Se for apenas um desabafo impulsivo, vale repensar.

2. Mantenha o tom profissional, mesmo em temas pessoais (o Linkedin é uma rede profissional)

É possível falar de frustrações e aprendizados de carreira sem adotar um tom agressivo ou acusatório. Foque em reflexões e soluções, não em ataques ou generalizações.

3. Evite expor pessoas ou empresas (você não controla como as pessoas decodificam mensagens)

Relatar uma experiência é válido, mas citar nomes de recrutadores, colegas ou empregadores de forma negativa pode ser interpretado como falta de ética e profissionalismo, além de acarretar problemas legais.

4. Cuide da linguagem e da forma (Linkedin não é WhatsApp)

Revisar o texto antes de publicar é essencial. Erros de português, tom sarcástico ou frases ambíguas podem distorcer sua mensagem. No LinkedIn, a forma comunica tanto quanto o conteúdo.

5. Compartilhe aprendizados, não apenas críticas (demonstre maturidade emocional e profissional)

Um bom post é aquele que gera valor para a rede. Ao invés de apenas apontar falhas, destaque o que você aprendeu com a experiência ou como pretende agir diferente.

6. Construa uma narrativa coerente com sua imagem (alinhamento é fundamental)

Pense no LinkedIn como um portfólio público. O conjunto de suas publicações deve reforçar sua identidade profissional — seus valores, competências e área de atuação.

7. Interaja com respeito e empatia (demonstre consciência social)

Evite discussões acaloradas nos comentários. Discordar faz parte, mas o modo como se faz isso pode definir sua reputação. Demonstre escuta ativa e respeito às opiniões diferentes.

8. Valorize conteúdos originais e éticos (evite clichês digitais)

Evite copiar ideias ou frases de outros profissionais sem dar crédito. Autenticidade é um dos ativos mais valorizados em ambientes profissionais digitais.

9. Aposte em exemplos e histórias reais (evidências e fatos são valorizados)

Cases pessoais humanizam o perfil, desde que compartilhados de forma ética e sem expor terceiros. Uma boa história, contada com propósito, pode gerar grande engajamento positivo.

10. Pense a longo prazo (tenha visão de futuro)

Postagens impulsivas podem render curtidas no curto prazo, mas desgastar sua imagem no futuro. Reputação se constrói com constância e coerência, e o LinkedIn é um espelho fiel dessa trajetória.

O especialista: Marcelo Treff é professor de Gestão de Pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP). Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua com os seguintes temas: Gestão da Carreira, Gestão de Competências, Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional.

#TAGS: FECAP linkedin

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