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O Colégio e o Centro Universitário, mantidos pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - FECAP, são certificados como Entidades Beneficentes de Assistência Social na área da educação.

A taxa de desemprego no Brasil foi de 5,6% no segundo trimestre de 2025, a menor taxa da série histórica iniciada em 2012, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim não são incomuns os relatos de pessoas que passam meses ou anos em busca de um emprego, sem sucesso.
Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que o tempo médio sem uma ocupação formal dos brasileiros é de um ano e meio. Estar desempregado por um longo período pode desestabilizar o projeto profissional e afetar a autoestima.
Mas será que o tempo de inatividade se prolonga por acaso, ou por falhas evitáveis na abordagem de busca por emprego? O especialista em gestão de carreira e professor de Gestão de Pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Marcelo Treff, afirma que erros evitáveis afastam candidatos de boas vagas. “Um hiato prolongado na carreira pode ser explicado por fatores individuais, como uma busca equivocada por oportunidades; e estruturais, como reflexos das transformações tecnológicas e novas exigências de empregadores”, diz.
A seguir, o docente apresenta dicas concretas para virar esse quadro e reconquistar a empregabilidade num contexto de mudança estrutural no mercado de trabalho.
Por que tantos permanecem sem emprego?
A automação e a inteligência artificial têm redefinido o modo de trabalhar em praticamente todos os setores, substituindo tarefas repetitivas e exigindo dos profissionais um repertório cada vez maior de habilidades digitais. “Esse movimento vem acompanhado da adoção crescente de sistemas de triagem automatizada nos processos de recrutamento, capazes de filtrar currículos em grande escala, somadas a outras sofisticações tecnológicas, utilizadas pelos recrutadores, como sourcing ativo, por exemplo. Assim, candidatos que não atualizam seus perfis às novas exigências, podem ser preteridos”.
Concomitantemente, a flexibilização das modalidades de trabalho (híbrido e remoto) tornaram-se tendências em alguns segmentos, e houve uma valorização de profissionais adaptáveis, capazes de desempenhar funções com autonomia e accountability. As áreas de maior crescimento seguem ligadas à T.I., Saúde e Bem-Estar, Negócios Digitais, Sustentabilidade, E-commerce e Varejo Pet.
Mas não é apenas a parte técnica que importa, ou seja, não basta possuir hard skills. A chamada “quarta revolução do mundo trabalho” trouxe também a valorização crescente das chamadas soft skills. Competências como comunicação, adaptabilidade, pensamento crítico e empatia são cada vez mais percebidas pelos empregadores como diferenciais decisivos na hora da contratação. “Nesse cenário em constante transformação, manter-se inerte pode transformar o tempo de desemprego em um obstáculo ainda maior, pois pode aumentar o gap entre as competências existentes e as necessárias. Não é o tempo desempregado que define o candidato; são suas escolhas, ou omissões, durante esse período”.
5 dicas práticas para a recolocação
1. Atualize seu currículo e perfil digital
Um dos primeiros passos é revisar currículo e perfis em redes profissionais, como o LinkedIn. Mais do que listar experiências antigas, é essencial destacar resultados, projetos realizados e competências atuais, alinhadas às exigências do mercado. Adaptar o documento para cada vaga aumenta as chances de passar por softwares de triagem automática e de chamar a atenção dos recrutadores.
2. Invista em Upskilling e Reskilling
Aproveitar o tempo fora do mercado para se capacitar é um diferencial competitivo. Cursos rápidos, workshops e certificações em áreas em alta, como tecnologia, análise de dados e gestão estratégica, mostram ao empregador que o candidato está atualizado e engajado. Além disso, microcertificações online, muitas vezes gratuitas, podem fortalecer o currículo em pouco tempo. Upskilling é a atualização necessária para que o profissional consiga aprimorar funções e atender a novas demandas do mercado. Já reskilling consiste na requalificação para que possa realizar um novo tipo de trabalho e atuar em uma área diferente.
3. Mantenha-se ativo e visível
Estar desempregado não significa estar inativo. Participar de projetos voluntários, trabalhos temporários ou até mesmo consultorias informais ajuda a manter o ritmo profissional e amplia o networking. Essas experiências também podem ser incluídas no currículo e demonstram proatividade, resiliência e disposição para aprender.
4. Expanda e cultive sua rede de contatos
O networking continua sendo uma das principais portas de entrada para novas oportunidades. Reativar contatos antigos, participar de eventos presenciais e online, interagir em grupos de discussão e demonstrar interesse genuíno pelo trabalho de colegas são formas eficazes de estar no radar de quem pode indicar vagas ou projetos.
5. Cuide do equilíbrio emocional
A busca prolongada por emprego pode abalar a confiança. Por isso, é importante criar uma rotina estruturada, estabelecer metas diárias e comemorar pequenas conquistas. Buscar apoio em grupos de mentoria, coaching ou até em atividades de lazer contribui para manter a motivação em alta. Um candidato emocionalmente equilibrado transmite segurança e se destaca em entrevistas.
O especialista: Marcelo Treff é professor de Gestão de Pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP). Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua com os seguintes temas: Gestão da Carreira, Gestão de Competências, Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional.